quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O subterrâneo salário do professor brasileiro

Amanhã (24), o Ministério da Educação - MEC - deverá referendar  o novo piso salarial dos professores da rede pública de todo o país. De acordo com  o MEC, o piso dos professores, neste ano, em todo Brasil, deverá ser de R$ 1.187,97. O valor representa alta de 15,84% sobre os R$ 1.024,67 determinados no ano passado. 

Num olhar panorâmico, muitos pensarão que o piso salarial de todos os professores no Brasil é pago conforme anunciado anualmente pelo MEC. Contudo essa não é a realidade de professores de boa parte do país. Muitos ganham menos, bem menos.

Para ilustrar melhor essa realidade, vou utilizar, aqui, o levantamento feito pelo Sindicato dos Trabalhadores do Estado de Goiás (Sintego) com dados das folhas de pagamento de junho de 2010. Esses dados evidenciam que em muitos estados, como o Rio Grande do Norte, a remuneração dos nossos educadores se encontram bem abaixo do piso salarial. Diante do quadro abaixo delineado, podemos constatar que, em nosso país, não existe um piso, mas um subterrrâneo salário do magistério.

Confira agora o ranking dos salários nas redes estaduais*

Estado         --------–        Salário Base    ----   Jornada de trabalho

Rondônia –------------------> R$ 1.339,36 –------ 20 horas
Amazonas**
–--------------> R$ 902  –----–------– 20 horas
Distrito Federal
–----------> R$ 1.467,87 ––----- 40 horas
São Paulo***
–--------------> R$ 1.368,75 –-----– 40 horas
Espírito Santo
–------------> R$ 843,46 ––-------- 25 horas
Bahia
–-----------------------> R$ 1.221,12 ––----- 40 horas
Rio de Janeiro**** –-------> R$ 1,168.20 –
–----- 40 horas
Paraná
–---------------------> R$ 516,56 ––-------- 20 horas
Pará –
–----------------------> R$ 513  ------------- 100 horas (mensais)
Sergipe –
–-------------------> R$ 1.024.67 ––------ 40 horas
Rio Grande do Norte –-
–-> R$ 768 --------------– 30 horas
Amapá –
–-------------------> R$ 1.023 ------------– 40 horas
Paraíba –
–------------------> R$ 758,42 –----------- 30 horas
Alagoas –
–------------------> R$ 473***** –--------- 20 horas
Acre –
–----------------------> R$ 707 –--------------- 30 horas
Piauí –
–----------------------> R$ 930,00 –----------- 40 horas
Goiás –
–---------------------> R$ 920,72 -----------– 40 horas
Mato Grosso –
–------------> R$ 688,54 –----------- 30 horas
Maranhão
–----------------> R$ 427,79 -----------– 20 horas
Mato Grosso do Sul –
----> R$ 856.38 –------------ 40 horas
Ceará –
–--------------------> R$ 816,92 –------------ 40 horas
Tocantins –
–---------------> R$ 720 –---------------- 40 horas
Rio Grande do Sul –
–-----> R$ 336,19 ------------– 20 horas
Roraima –
–-----------------> R$ 640,24 –------------ 40 horas
Minas Gerais –
–------------> R$ 369,26 ------------– 24 horas
Pernambuco –
–------------> R$ 593,76 –------------ 40 horas
Santa Catarina –
–---------> R$ 584,46 ------------– 40 horas


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* O ranking foi montado com base na proporcionalidade dos salários em relação à jornada de trabalho.


** na rede não existe professor do magistério)

*** Em São Paulo, a carreira é dividida em Professor de Educação Básica I (PEB I) (com licenciatura plena que atuam em componente curricular diverso de sua habilitação, bacharelado, licenciatura curta ou docentes não portadores de curso superior) e Professor de Educação Básica II (com curso superior, licenciatura de graduação plena, com habilitação específica em área própria ou formação superior em área correspondente)

.
**** não é filiada da CNTE

***** existe complemento para atingir o salário mínimo


Os dados foram apresentados pela SINTEGO
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