segunda-feira, 27 de junho de 2011

Greve na Educação do RN Continua...

Reunidos em assembleia na tarde desta segunda-feira (27), os trabalhadores em educação da rede estadual de ensino deliberaram pela continuidade do movimento paredista.


De acordo com Assis Filho, diretor do administrativo e financeiro do SINTE, a reafirmação da luta por parte da categoria é uma demonstração de que ela não tem medo de ameaças. A greve vai continuar e é necessário que o governo estadual apresente uma proposta de negociação que atenda a pauta dos trabalhadores em educação.

Os encaminhamentos da assembleia foram os seguintes:

•   Continuidade do movimento paredista;
•    Próxima assembleia terça-feira (5), às 8 horas, na EE Winston Churchil;
•    Colocação de Busdoor ou outdoor. Nesse material deve-se colocar um contraponto com as finanças do estado;
•    Reafirmação do adiamento do 13° Congresso do SINTE;
•    Dia estadual de luta em defesa e em promoção da Escola Pública no dia 06 de junho;
•    Na próxima assembleia deverá acontecer um cortejo junino pelas ruas da capital.






Fonte: http://www.janeayresouto.com.br

domingo, 26 de junho de 2011

Romance de Domingo

Aventuras do Menino Danta e seu amigo Guerra


Capítulo VII



         Na ocasião do incidente, Padre Benedito Basílio Alves, olhava da janela do seu sobrado, ou casa paroquial, os garotos mexendo com o homem. Fez um ar de riso, até que gostou pelos dois terem sentido, uma vez na vida, uma chavascada, pois Danta aprontava e Guerra segurava as pontas, batendo, se intrigando com os outros e, aquela cena de apelidar Damião, o gari, não deveria se repetir, não na sua presença.
        
         Desceu a escada apressado, e foi ter com os dois que se lamentavam pelo acontecido. O agressor já ia longe.
        
         - Vejam bem o que vocês arranjaram!
        
        Guerra apenas arquitetava em sua cabeça um plano para pegar o “meu Louro”, ah se pego!
        
         Por sua vez, Danta choramingava, passando a mão nas costas, o local ainda ardia para valer.
        
        - E não vai ficar por isso não! Daqui uns dias, vocês vão apanhar na rua de meninos maiores; de Chiquinha Ferrão; de Bizinha, Pautila e Jacinta...!
        
        Enumerou alguns nomes de pessoas que eram, diariamente, alvo de apelidos, gozação por parte da meninada.
        
        - Prometam que não vão mais tirar cabimento com Damião, nem com ninguém, seja lá quem for!
        
        Danta assentiu com a cabeça, Guerra nem isso.
        
        O Vigário convidou os dois à casa paroquial, queria lhes mostrar algo. Nada não. Enganou-os, apenas com a intenção de aliviar o que sentiam e esquecerem a marca com que ficaram nas costas. Os garotos os acompanharam já agora curiosos para saberem do que se tratava. Que seria que o Padre lhes iria mostrar?
        
       Naquele momento Manoel Dantas chega para cumprimentar o Vigário. Mercês, a empregada da casa paroquial passou por eles, balançando as ancas, cabelos compridos que batiam abaixo da cintura, rindo e cantarolando ao mesmo tempo. Morena fogosa... Pensou o Sacristão, mastigando a gengivas encolhidas e rodopiando o molho de chaves no dedo.
        
        As más línguas diziam, pelos quatro cantos da cidade, que ela era a “burrinha do Padre Benedito”. Nova ainda, não namorava, e quase nem saía daquela residência. Havia aqueles que tinham certeza que a moça estava apaixonada pelo Cura da Paróquia. As beatas, então, achavam aquilo ridículo, um pecado mortal o Padre ter um caso com a própria empregada. Aliás, para elas, não deveria ter caso com nenhuma mulher. Mas eram fofocas. Os mais atrevidos asseveravam que, como “a voz do povo é a voz de Deus”.
        
       Danta e Guerra chegaram e acompanhando o Padre, subiram para o sótão. Penetraram no quarto meio desarrumado do Vigário. Chapéus, bolsas, malas, batinas, sapatos... Um grande alvoroço, não traduzia o zelo e a administração severa que tinha o Padre Benedito pela igreja. Exigia limpeza, asseio, arrumação. Cada objeto no seu devido lugar. Sem desperdício, bastante economia. Mas, no seu canto de dormir, ler, meditar, guardar os seus pertences, Deus meu, era um chafurdo só.
        
      Padre Benedito, pegando uma pequena caixa de madeira, retirou de dentro da mesma uma cédula de dinheiro no valor de $ 500 mil réis. Sentando-se numa cadeira de balanço, chamou os garotos e foi explicando:
        
      - Olhem meninos. Este dinheiro eu trouxe da minha última viagem a Recife. Aqui dá para comprar muita coisa. Percebam, deste lado desenhos e um rosto desconhecido, e no verso, está a figura ou malha de uma cobra cascavel. Não é maravilhosa?
        
      Guerra ficou extasiado parecia querer comer o dinheiro com os olhos. Danta, igualmente chegou bem pertinho e pediu ao Vigário para pegar naquela nota:
        
      - Podem pegar a vontade. Só peço que não divulguem por aí que guardo dinheiro de alto valor em casa. Combinado?
        
      - Sim.
        
     Disseram os meninos ao mesmo tempo.
        
      Levantando-se da cadeira, o Padre buscou um antigo farol que consistia num pavio embebido em querosene, protegido por uma âmbula de vidro, popularmente chamada de manga.Colocando-o sobre uma mesinha, a qual já se encontrava apinhada de objetos, apanhou uma caixa de fósforos e acendeu o pavio do farol, logo, o quarto que já estava na penumbra, ficou alumiado, e com essa claridade formavam-se figuras nas paredes. Eram as sombras projetadas diante da luz do velho e primitivo luminar.
        
         - Venham cá, meninos. Vejam quanta moeda...
        
       Os dois ficaram boquiabertos com tanta moeda dentro de um caixote de madeira. De todos os tamanhos: antigas e novas. Valores diversos. Isto é um tesouro! Foi o que veio à cabeça de Guerra. Mas, de repente, sem querer, Danta, ao mudar de lugar, atingiu sem de raspão em algo que se encontrava sobre a mesinha. O Padre, mais que diligente, apanhou o objeto do chão e suspirou: graças a Deus, está intacto...
        
       Era um porta-retratos e, nele, a foto de uma linda mulher. Olhos grandes, cabelos sobre os ombros... Feições jovens e atraentes. Um riso suave nos lábios.
        
      Curiosos, Danta e Guerra queriam saber quem era aquela mulher? O Vigário desabotoou a batina no alto do pescoço, retirou o clergyman branco, que o identificava como ordenado padre da santa Igreja Católica, contemplou o teto onde tremulavam algumas sombras geradas desde o farol amigo e começou a falar:
        
       - Minha mãe...
        
      Os garotos ficaram parados, sem pronunciar palavras, contemplando a cena: Padre Benedito Basílio Alves, que viera de longe, parou nessas cercanias remotas, puro sertão nordestino, com a intenção de salvar almas. Mas viram os meninos, que, de repente, aquele homem alto, forte, destemido e ágil, entristeceu, agora, naquele momento, parecia um vulto a mais na paisagem verde e cinza daquela cidade. Notaram um pouco de amargura no rosto esbelto do Vigário.
        
       Guerra tentou uma pergunta:
        
       - A mãe do senhor ainda vive?
        
      O Padre passou a mão direita, com a ponta da manga da batina, enxugou duas lágrimas. Não se fez de rogado, respondeu:
        
       - Não sei... Há muitos anos que não tenho notícias dos meus familiares.
        
        Danta, também fez a sua indagação:
        
          - Qual o nome de sua mãe?
        
          - Maria...
        
         Os dois amigos silenciaram a partir dali. Não desejavam torturar o Padre. Foram olhando cada objeto, cada detalhe daquele quarto. Apesar de Guerra sempre passar por ali, pois dormia num quarto vizinho cuja porta ficava aberta para dentro de onde dormia o seu padrinho, nunca tivera a curiosidade de remexer nos pertences do seu protetor. Hoje, porém, por ter sido convidado, tinha a impressão que era aquela a primeira vez.
        
         Emocionados, Guerra e Danta saíram, pé ante-pé, enquanto o Cura da paróquia, alheio aos dois, mirava o retrato já um pouco amarelado daquela mulher, Minha mãe não queria que eu me ordenasse Padre. Torcia pelo meu casamento com a Vitória. Meu pai forçou a barra, desconfiado... Dizia que eu não seria feliz me casando. Por quê?
        
        Seu pai já não era mais deste mundo. Carregara o segredo para o túmulo. Pois foi a pirraça e o argumento cheio de mistérios que fizeram com que Padre Benedito tivesse seguido vida religiosa.
        
       Ao despertar daquela viagem aos dias de jovem, em casa dos pais, o Vigário percebeu que os meninos já não eram mais com ele. Haviam sumido. Que pena. Guardava duas preciosas lembranças para presenteá-los. Nada não. Fica para outro dia. Disse em voz alta. Ouviu o cantarolar de Mercês, que caminhava pela casa carregando, de noite, uma lamparina que tremulava e soltava tênue fumaça escura, embriagava o ambiente com aquele odor de querosene queimado.
        
       Arrumou suas coisas, guardando bem guardada a fotografia de sua mãe, desceu a escada. Ao se deparar com a empregada, esta sorriu e respondeu a uma indagação sobre os garotos:
        
         - Foram-se, noite adentro.
        
         - Mas que coisa! Estava propenso a convidá-los a jantar conosco...
        
         - Agora é tarde. Inês é morta.
        
        Comentou a mulher, passando pelo Vigário e balançando os quartos num gingado insinuante.
        
        Guerra e Danta nem tomaram o destino de casa. Direto para a praça. Lá seus amigos já arquitetavam brincadeiras. A novidade era “o chicote queimado”. Consistia em esconder uma tira de sola, bem fornida, e, em seguida, o que a escondera ficava mirando os comparsas que a iam procurar e achá-la, dizendo:
        
        Está quente. Está frio.
        
        Isso quando algum menino chegava mais perto do local do esconderijo ou quando se afastava do mesmo.
        
       O que descobrisse o local da chibata, a pegaria e sairia a correr atrás dos demais, dando chicotadas naqueles menos espertos. Aí este fazia às vezes do esconde-esconde e tudo se repetia. Quando enjoavam da brincadeira, criavam outro atrativo. Assim a noite declinava e os pais os chamavam para lavar os pés e dormir.
        
       Mas, hoje, aconteceu algo inesperado.
        
       Pedrão, o menino do cabelo da cor de burro quando foge, apareceu. Mesmo na penumbra da noite de lua, dava para notar a cicatriz que ficara em sua testa, vestígio que Guerra deixou para sempre naquele menino. Os demais amigos até acharam que Guerra agiu certo. Para deixar de ser metido a besta! Comentavam.
        
      - Ih! Vai ter encrenca!
        
      Disse Danta. Guerra, que estava sentado sobre uma pedra, ficou de pé. Não queria dar chance ao adversário. Não fosse o inesperado algo que pode normalmente suceder, todos os garotos que se encontravam se divertindo ficaram estático com a atitude de Pedrão:
        
      - Guerra eu quero fazer as pazes com você.
        
      O neto de Adrião Bezerra não entendeu bem no primeiro momento. Conseguiu exclamar:
        
       - Quê?!
        
       - Não tem sentido inimizade entre nós. Besteira porque você mora numa rua e eu noutra, ficar com raiva, inimigo seu.
        
        Pedrão estava sendo sincero? Danta não entendia nada. Wilson conseguiu emitir um:
        
        - Vixe!
        
        - E a paulada na sua testa?
        
        Procurou saber o Guerra.
        
        - A culpa foi minha. Não guardo ressentimento. Até venho lhe pedir desculpas.
        
       Quem olhasse para a fisionomia de Danta, naquele exato momento, veria o seu queixo caído. Boca bem aberta e olhando fixamente Pedrão. Não acreditava. O que teria acontecido? Indagou a si mesmo.
        
       - Então, amigos?
        
      Pedrão estendeu a mão em direção a Guerra. Este, não a apertou, mas fez um gesto com os ombros, dizendo:
        
      - OK.
        
      Pedrão, chamando Danta em particular lhe confessou:
        
      - Com um cara que nem o Guerra, a gente tem é que ser amigo mesmo. Veja, a gente atirando uma pedra em direção a ele pega em você. Não se desgrudam. Acho bonito.
        
      Danta ficou desconfiado. Hum... Essa alma quer reza...
        
      Mas, passado o apaziguamento entre Pedrão e Guerra, a meninada retornou ao brinquedo. Chicote queimado. Pedrão integrou-se ao grupo. Ninguém percebeu, numa esquina meio escura, alguém espreitava, aguardando o momento de agir.
        
      Mudaram o brinquedo. Passaram a plantar bananeira. Vê quem se equilibra de cabeça para baixo por mais tempo. Não dava outro, Guerra ganhava sempre. Quando corriam, em disparada, para saber qual o mais veloz, era Guerra o vencedor. Jogos de castanha, ele sempre a ganhar o maior número de castanhas. Jogar bola, peteca, soltar papagaio, sem nenhuma sombra de dúvidas, era o maior em tudo, o mais sagaz, o ás!
        
         Estavam assim, felizes a rirem e jogando terra uns nos outros, quando apareceu feito visagem, um garoto companheiro de Pedrão, da rua de Trás. Sem maiores rodeios, foi de encontro a Pedrão, empurrando-o, xingando-o, puxando briga de verdade. Ou seria pura encenação? Danta percebeu que era fingimento, mas não teve como explicar ao amigo Guerra que aquilo não passava de uma armação.
        
        - Que é que você quer Santos, quer brigar comigo? Que foi que lhe fiz?
        
        Dizia Pedrão, todo inocente. O Santos replicava:
        
        - Ontem você roubou umas notas de papel de cigarro da minha caixa de sapatos. Eu vi. Agora quero de volta meu dinheiro de papel ou lhe abarco com este pau!
        
        Santos era um meninão forte, vizinho do Pedrão, trazia uma metade de uma vara retirada de alguma cerca ali pero. Os demais não perceberam nada errado com a arma de Santos, mas parecia que a maioria da meninada notara algo estranho naquela inopinada briga. Danta, este já estava convencido de que a desordem não passava de um embuste, olhou fixamente para o pedaço de vara na mão do Santos, descobriu tudo. Tarde demais.
        
       Disse, simulando raiva, o Pedrão:
        
       - Você só está com essa coragem toda porque está com um pedaço de pau na mão. Entregue ao Guerra isso aí, que você vai vê o que é bom para tosse!
        
       O cúmplice na tramóia respondeu:
        
       - Está bem. Pega Guerra, eu vou brigar com ele no braço mesmo.
        
       Guerra pegou a metade da vara, Santos, imediatamente puxou aquele fragmento e, logo, a mão do Guerra ficou melada. Algo pegajoso e fedido. A vara estava untada com fezes. Foi um Deus nos acuda. Gargalha. Pedrão bolava pelo chão dando risada que lhe provocava dor na barriga. Danta ficou indignado. E Guerra, quando se deu conta da trapaça, partiu feito uma fera para cima do Santos.
        
        Wilson gritou alto:
        
        - Vixe!!!
        
        Os dois meninos enrolados pela areia trocando socos e puxões de cabelo chamaram a atenção de pessoas pelas calçadas. Guerra pegou de jeito no braço do oponente com os dentes. Santos gritava de dor. Ao conseguirem apartar os brigões, viram que Guerra cuspia longe uma fatia de carne que arrancara do braço de Santos. Limpou a boca manchada de sangue. Levaram o ferido, que chorava, ao farmacêutico fazer um curativo.
        
        Mas Guerra não estava satisfeito, ainda. Procurou por Pedrão, não encontrou. Foi até sua casa e areou as mãos com sabão.
        
       Os amigos de brincadeiras infantis asseveravam com desdém: Pedrão vingou-se do Guerra. Mas quem saiu perdendo foi Santos.
        
        Esse acontecimento não chamou muito a atenção do povo. Acostumados com as danações do Guerra, nem deram por ela. Bem feito para Santos, por que foi enfezar o outro?
        
       Todos se recolheram às suas residências. Mais tarde, Verdejante dormia. Latidos de cachorros vadios. O vento batia de chofre nos pés-de-figo-benjamim cuja corruptela era “pés de figo”. Em sua tipóia, Guerra não dormia. De olhos arregalados, contemplava o telhado disforme de sua casa. Noutro cômodo, uma velha lamparina dançava com seu facho que teimava em subir, mas sempre se transformava numa fumaça negra que enodoava a parede já tão enodoada. Guerra ouvia, lá fora, o som das antigas árvores com a fúria da ventania, enrolava-se num lençol... Apavorado, medo do Labatut.
        
        Nem se reconhecia naquele menino o que vencia seus oponentes, feito gladiador numa arena romana.



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RESUMO: O bicho vai pegar na igreja, o sermão de padre Benedito contra as fofocas das três beatas. Guerra é, novamente, o centro das atenções naquela missa de domingo. Até que finalmente descobrem, através da cartomante cigana, o nome de quem roubara o bode Merlim. Será que é o fim do mistério do sumiço do bode artista do circo Maior de Todos? Vamos conferir nos próximos capítulos.


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 * William Lopes Guerra é advogado, pesquisador e escritor em Apodi, herdeiro dos direitos da obra de seu pai, Walter de Brito Guerra.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Criança vê... Criança faz!











Minha Crônica de Sexta

Insone ausência



Quantos mistérios rondam os momentos insones de nossa escritora... as metáforas transformam-se em possibilidades, mas elas só se tornam maiores pelo esmero da construção do período e da musicalidade, só poucas vezes quebrada. Muito bom. [Jotta Paiva]




terça-feira, 21 de junho de 2011

Continua a Greve dos Trabalhadores em Educação do RN






Reunidos em assembleia na manhã desta terça-feira (21), os trabalhadores em educação reafirmaram mais uma vez a continuidade do movimento grevista.

No início da assembleia contamos com a presença do presidente da ADUERN onde recebeu todo o apoio dos trabalhadores em educação.

Ao final da assembleia chegou mais um documento enviado pela SEEC, porém a categoria rejeitou por completo esse novo documento.

Os encaminhamentos tirados nessa assembleia foram os seguintes:

•    Continuidade da greve;

•    Próxima assembleia segunda-feira (27), às 14 horas, na E.). E. Winston Churchil;

•    Moção de apoio a direção do SINOL;

•    Massificar nos meios de comunicação os motivos da continuidade da greve;

•    Veiculação de VT, Nota escrita nos jornais de veiculação estadual explicando os motivos da greve;

•    Realização de uma caminhada na próxima assembleia com o acompanhamento de um trio de forró;

•    Convidar os pais e os alunos para participar das atividades de greve;

•    Confeccionar materiais alusivos à greve;

•    Realizar atividade nos bairros;

•    Adiar o congresso do SINTE para que o mesmo seja realizado após o termino da greve;

•   Colocar outdoor nas principais cidades do estado, colocando uma copia de contracheque contrastando com a proposta do governo.

É necessário que  o governo apresente uma proposta que atenda a proposta dos trabalhadores em educação.



Fonte: www.janeayresouto.com.br

domingo, 19 de junho de 2011

Romance de Domingo

Aventuras do Menino Danta e seu amigo Guerra



Capítulo VI



         Guerra avaliou de um lado e de outro. Os ciganos andavam apressados, providenciando uma coisa aqui, outra acolá. Muitos afazeres. Ninguém na porta da tenda adivinha. Lá dentro, bela mulher, atraente e falante que atendia aos visitantes e lhes tomava alguns trocados.
         O menino travesso estudou todas as possibilidades. Nesse ínterim a cartomante sai da tenda, sorrindo, explicando que os demais esperassem um pouco, voltaria logo. Era o que Guerra esperava. Sem que os amigos percebessem, adentrou a tenda. Naquele interior, uma grande mesa no centro, coberta até o chão com um pano colorido e, sobe a mesma, uma bola de vidro de onde saia uma luz que enganava quem a contemplasse por mais de um minuto. Espelhos pendurados e uma varinha queimava espécie de incenso que enchia o ambiente de um perfume agradável e inebriante.
         Ouvindo passos, enfiou-se debaixo da mesa e ficou bem encolhido, imóvel e prendendo a respiração. Conseguiu o que pretendia, a dificuldade seria quando chegasse à hora de sair dali, e como?
         A adivinha já entrara acompanhada de mais um freguês. O intrigante foi quando ouviu a voz do Vigário: Padre Benedito Basílio Alves, de batina e tudo?
         - O senhor, Padre, quer partir o baralho ou que lhe leia a mão?
         A cigana, ao falar, exalava um hálito com cheiro de hortelã. Que tentação!
         - As duas coisas.
         Respondeu o Cura.
         Traçou o baralho, composto de figuras esquisitas: rei, rainha, anjo rebelde, dragão, cachorro, cabra, banda da lua, sol, estrela e outras tantas, cada qual com o seu significado com seus respectivos valores dependendo do naipe. Colocou-o delicadamente sobre a mesa e pediu que o Vigário o partisse.
         Efetuada a operação preliminar, a cigana foi emborcando três cartas de uma metade do baralho e mais outras três da metade que sobrara. Riu riso cativante e com as mãos delicadas de unhas bem feitas e pintadas, começou a desemborcar as cartas, uma de cada vez.
         Embaixo da mesa, todo encolhido, driblando o cansaço para não emitir nenhum ruído, Guerra escutava com bastante atenção o que a cartomante dizia. Essa leitura com relação ao seu padrinho muito o interessava. Teria mais argumentos, no futuro, para conseguir mais conceito junto ao Padre.
         - Vamos ao que interessa...
         Disse a cigana, lançando um olhar atrevido em direção ao santo homem. Não fosse os votos celibatários talvez a conversa fosse outra bem diferente tanta era a insinuação da mulher. Mas Padre Benedito se continha, sabia onde estava pisando. A jovem foi lendo o significado das cartas:
         - Ora, ora, o sete de ouros, haverá um acontecimento importante em breve que lhe trará grande felicidade.
         - Dá para saber o que é?
         A moça retirou mais uma carta do baralho e, colocando-a junto ao sete de ouros, pois se tratava de um cinco de ouros e, assim, do outro monte pegou mais outra carta, novamente carta do naipe de ouros, um seis:
         - O senhor está construindo um grande alambique - fábrica de cachaça – para deixar aos seus paroquianos. Por isso, aqui diz que isso quer dizer uma pedra ou lousa que se prenderá no grande edifício do futuro, isto é, na vida do senhor Padre.
         O Padre Benedito Basílio Alves ficou pensando: Como é que ela sabe disso? Será que já passou algum mexeriqueiro por aqui?
         - Aqui tem mais. O três e o sete dizem que o senhor vai meditar e meditar e meditar sobre um terrível acontecimento em Verdejante, mas no final terá um bom resultado.
         - Que acontecimento será esse?
         - Talvez um bando de cangaceiros...?
         Padre Benedito não disse nada. Guerra, debaixo da mesa, arregalava os olhos e apurava o ouvido, não queria perder nenhum detalhe.
         - Agora me deixa ver a mão de Vossa Reverendíssima.
         Mão larga, mas com pele macia. A mulher, com as unhas afiadas, traçava os riscos existentes naquela mão do celebrante. Foi dizendo:
         - Personalidade e mentalidade bem abertas. Aprecia as novas idéias e tem interesse em tudo que é novo, especialmente grandes empreendimentos. Ordeiro, metódico. Obediente às regras. Sua capacidade de enfrentar dificuldades é bem grande.  Confiante e espírito de comando. Enérgico, destemido, tem estabilidade e força de vontade.
         O Padre escutava atento, Guerra também, embora não entendesse bem certas palavras, mas estava gostando do que ouvia. Seu padrinho era mesmo o maior!
         Continuou a cigana:
         - Sadio. Sempre busca a verdade. É fiel. Tem muita prudência e equilíbrio emocional. São aspectos bastante positivos, vejo aqui no monte de Saturno. As linhas são bem fortes, por isso é homem influente. Além disso, as linhas bifurcam, quer dizer que o senhor é fácil se adaptar com as novidades. A linha da vida faz um arco largo ao redor do monte de Vênus, nos informa que tem personalidade calorosa, sensual e é muito vibrante.
         O Padre se ajeitou na cadeira. Começou a suar. A mulher prosseguiu:
         - Já a linha do coração que é longa e profunda, nos mostra que é equilibrado entre a razão e a emoção. Sentimento de fraternidade universal. Tem um detalhe: as linhas sobem suavemente entre os dedos de Júpiter e Saturno nos indica que é um homem sentimental, tem senso comum e uma facilidade para se apaixonar fisicamente.
         O Padre puxou a mão. Ficou como alarmado.
         - A senhora está me ofendendo!
         - Não, não Padre... Estou lendo sua mão e dizendo a verdade pelo que vejo. Pode confiar. Dê-me a mão, que já vou encerrar a leitura.
         O Vigário, receoso, entregou-lhe novamente a mão, ainda mais curioso. O menino, ali embaixo, fez um ar de riso. Pensou: Será a empregada?O povo comenta...
         - Vamos ver... Mão espatulada: ação, cargos de comando e de iniciativa pessoal, empresário, negócios, administrador, inventor, cantor, atleta... É só.
         Padre Benedito levantou-se. Pagou. Agradeceu e saiu pensando em tudo o que a cigana lhe falara. Antes de atravessar a cortina, a mulher o chamou de volta.
         - Só mais uma coisa: há aí umas linhas de Samaritano que apresentam o senhor como pessoa que gosta de ajudar aos outros, nas áreas da enfermagem, da psicologia e especialmente como guia espiritual.
         O Vigário gostou desses últimos pormenores e sorriu. Foi-se.
         E Guerra, como sairia dali? Lá fora seus amigos, Danta e Wilson estavam apreensivos.
         - Acho que a cigana vai descobrir ele lá por dentro e vai ser aquele murmurejar dos diabos!        
         - Vixe!
         As pernas encolhidas do Guerra começavam a ficar dormentes. Numa posição só, sequer as sentia. A cãibra lhe provocava um sacrifício imenso. O pior é que entrou, na tenda, mais um freguês.
         Inácio do Mercado, comerciante famoso por sua venda especializada em tecidos femininos. Quase ninguém saía do Mercado sem levar um corte de tecido e, se possível, já com um modelo a ser confeccionado demonstrado pelo próprio, era um primor comprar a Inácio do Mercado.
         Guerra começou a ficar apertado, ou seja, vontade intensa de fazer xixi. Pensou: Como diria minha avô Domigos – pai de Carrinho -, vai dá nó em pingo d’água, porque não vou suportar o mijo que vem por aí.
         Mas a sorte parecia querer mesmo bafejar o garoto. A cigana percebeu que a hora estava avançada, mesmo assim um cigano num tom impreterível, chegando à entrada da famosa tenda, falou em seu dialeto, e, Guerra, já quase a arrebentar a bexiga, intuiu que se tratava da hora do almoço. Acertou.
         A cigana respondeu que sim, mas apenas meneando a cabeça. Num sorriso descontraído dispensou Inácio do Mercado, prometendo que logo mais, ao retornar à tenda, ele seria o primeiro. O homem ficou satisfeito e saiu acompanhado pela maravilhosa mulher que se dirigiu para outra tenda maior, onde a esperavam os demais ciganos certamente iriam almoçar.
         Foi o tempo necessário para Guerra sair ligeiro daquele ambiente, encontrar os amigos lá fora, que o esperavam perturbados. Sem pedir licença, Guerra chegou próximo a uma cerca, despejou com alívio toda a fúria da urina retida por mais de uma hora. Wilson fez a primeira pergunta:
         - Que você ouviu?
         Guerra foi andando acompanhado dos outros dois.
         - Nada demais.
         Danta não ficou satisfeito:
         - Vá contar essa aos presos!
         O filho do tesoureiro da Prefeitura nada falou. Wilson reperguntou:
         - Padre Benedito entrou na tenda. Que aconteceu?
         - Nada.
         - Vixe! Você estava mouco?
         Danta percebeu que o amigo queria guardar segredo. Como Wilson não gozava de maior intimidade que ele para com Guerra, também deixou para lá. Não disse mais nada. E os três desceram cada qual tomou a direção de casa.
         Danta fez a volta por trás da residência do amigo, subiu os batentes e foi encontrar Guerra empenhado em engolir feijão com rapadura, arroz de leite e carne assada. Este não ficou nem um pouco surpreso com seu aparecimento.      
         Os dois conheciam a fundo um ao outro. Guerra tinha certeza que Danta lhe procuraria imediatamente. E que o amigo entendera seu silêncio diante de Wilson. Os amigos tinham uma comunicação através dos gestos, dos trejeitos no andar, na fala. Um sabia o que o outro queria somente pelo olhar. Eram mesmo como diziam os demais amigos: unha com carne. Por isso Guerra ficou impassível diante de Danta. Continuou açambarcando colheradas recheadas de feijão com arroz de leite, ao mesmo tempo em que, sem nada pronunciar, aguardou a indagação de Danta:
         - Então, o que foi que aconteceu lá dentro? Quem é mesmo a mulher do padre?
         Guerra tomou um gole d’água, ajuda para desobstruir o esôfago que a farinha colocada sobre o feijão fazia pirraça em descer para o estômago. Estava entalado. Danta voltou a inquirir o amigo:
         - O seu padrinho não percebeu que você estava lá dentro? E aonde foi se esconder naquela tenda? A cigana não lhe viu? Será que eu posso também ficar lá, escondido? Ela sabe mesmo ler a mão? Conta tudo, vai?
         Guerra rapou o prato, deixou-o jogado sobre a sapata do fogão e chamou o amigo para subirem no pé de cajarana. Danta não comeu ainda, ou melhor, nem almoçou, repeliu um prato preparado por Socorro, alegando que estava indo para casa, comeria lá. Sentados na antiga árvore amiga, que começava a botar os frutos naquele período do ano, Guerra derreado sobre seu galho preferido, balançando a perna, falou pausadamente para o amigo Danta.
         - Nem você vai entrar lá, nem eu. Perigoso demais. E a cigana fala muita coisa, uma eternidade bisbilhotando a vida do Padre Benedito. Deu-me cãibra, quase me urino todo e suei que só tampa de chaleira. Presta não.
         - Ta, ta, ta! Mas o que foi que você descobriu sobre o seu padrinho?
         - Nada, Coisa chata. Aquilo que todo mundo sabe: bom homem, defensor dos mais fracos, guia espiritual...
         - Agora eu acredite? Ela não adivinhou que ele namora a empregada, Mercês?
         Guerra fez um ar de riso e colocou uma pequena haste de um pequeno galho entre os dentes e ficou mastigando levemente.
         - Que ele era fácil de enrabichar por uma mulher bonita, mais ou menos isso e que vai fazer, ou está construindo, negócio desses, um alambique onde se fabrica cachaça para a população.
         - É, ouvi papai comentando que fica perto do açude da Malhada Vermelha.
         Silêncio total. Danta não perguntou mais coisa alguma, nem Guerra adiantou outro pormenor, também não havia, pois fora isso mesmo o que a cartomante apresentou pelas cartas e lendo as linhas da mão do Vigário.
         Danta desceu devagarzinho, disse que ia a almoçar, voltaria em seguida para saber os planos para hoje à tarde.
         A cidade ficou em alvoroço. Onde já se viu um Padre freqüentar esse ambiente? O mundo estava mesmo perto de se acabar. As beatas Tilde, Adofina e Cotó não cabiam em si, horrorizadas com a atitude de Padre Benedito. Encontraram-se na igreja, religiosas ao extremo, foram rezar pela alma do Vigário que cometera, na opinião das três, um pecado mortal, um sacrilégio. No fundo, no fundo, elas não sabiam da missa a metade.
         Mantilha sobre a cabeça, terço na mão e um Catecismo onde continha dogmas e preceitos da religião Católica, passaram, numa reunião secreta, a bisbilhotar o que acontecera na visita do padre à tenda da famosa cigana. A dita cuja cigana já ficara famosa, em apenas meio dia, na cidade inteira, pois desvendara segredos dos homens do lugar e, ainda por cima, do Vigária, este sim, sabedor da vida alheia pois confessava os pecados de cada um. Cada um, quando pensava está já com a alma cheia de erros, ajoelhava-se perante o Vigário para confessar e se penitenciar dos maus procedimentos por ventura praticados.
         Cotó foi a primeira a tocar no assunto:
         - O que foi que deu no Padre Benedito?
         - O próprio Benedito, Satanás, que o atentou!
         Argumentou Adofina.
         - Homem tão direito. Padre de primeira cair numa esparrela dessas...
         Completou Tilde.
         E se benziam e começava espécie de súplica, cada uma a seu modo.
         - Deus o livro da tentação!
         - Que a Virgem Maria o traga de volta para o bom caminho!
         - São João Batista interceda pelo Padre Benedito!
         Ouviram um barulho bem característico. Manoel Dantas, o Sacristão, rodava o molho de chaves no dedo indicador. Apareceu feito visagem. As mulheres se assustaram. O homem, mastigando as gengivas, intransigente defensor da moralidade, aproximou-se das beatas e queria saber pelas presenças, àquela hora, na Casa de Deus.
         - Nada, não, Manoel. Apenas comentando sobre a ida do Padre Benedito à tenda da cigana bonitona...
         Justificou, em nome das companheiras, Adofina.
         - E precisava vocês se reunir aqui, para fofocarem?
         O ancião, já com mais de meio século naquela função de guardião das chaves paroquiais, pois começara bem cedo, substituindo o seu pai, que igualmente foi Sacristão da Paróquia de Verdejante por mais de cinqüenta anos, deu as costas às palestrantes e se foi em direção à Sacristia, ainda protestando pela falta do que fazer daquelas donas de casa:
         - Vão para casa. Onde já se viu uns mexericos porque o Vigário mandou lê sua mão. Até eu estou com vontade de fazer o mesmo? Deixem suas insinuações para lá, não aqui, perante o altar!
         Tilde, Adofina e Cotó, entreolharam-se, encabuladas, fizeram gestos de quem não entendiam o que queria dizer o Manoel Dantas. Palavras atrevidas do Sacristão. O mundo está virado mesmo. Primeiro o Padre vai à tenda de mulher desconhecida, e ficam horas sozinhos. Depois vem o Sacristão defende-lo?! Assim pensavam as três, cada uma colocou, em seguida, esse pensamento para fora:
         - Será que o Padre e o Sacristão enlouqueceram?
          Interrogou Adofina.
         - O Satanás os está atentando!
         Comentou Tilde.
         - Temos que fazer alguma coisa...
         Completou Cotó.
         Sentam em um dos bancos da igreja. Palestraram bastante. Não chegaram a nenhuma conclusão. Apenas que teriam uma conversa em particular com o Vigário, que se colocassem os pingos nos is. Mas, quando?
         - Amanhã! Domingo, depois da missa!
         Levantou-se Tilde que sugeriu a palestra com o Padre.
         - Está combinado, certo Adofina?
         Arrematou Cotó, igualmente se pondo de pé e ouviu a companheira dizer que estava de acordo. Então saíram, sem antes passarem pela frente do altar-mor e se persignarem fazendo o sinal da cruz.
         Manoel Dantas, percebendo que as beatas já não se encontravam na igreja, diligenciou imediatamente a enorme trave por trás da porta principal e fechou a igreja. Somente ele ali dentro, arrumando a cômoda, espanando altares, limpando taças e patenas, recolocando as coisas no seu devido lugar, amanhã é domingo, tem que está tudo de conformidade com as exigências do Padre Benedito Basílio Alves..
          A tarde chegava ao fim. A noite aproximava-se de mansinho. A sombra gigante, aos poucos, envolvia este lado da Terra como se fosse uma enorme aranha pegajosa a abocanhar sua presa para uma refeição. Os garotos aguardavam as seis badaladas no sino, quando Manoel Dantas anunciava a hora do ângelus.
         Era aquele momento de confraternização universal. Instante em que os cristãos se apiedavam, pediam remissão dos pecados e perdoavam aos que os tinham ofendido. Hora mística e emocionante.
          Mas o motivo mais esperado pelos dois, era a revoada de morcegos, os mamíferos quirópteros, o patágio que transformara em asas os seus membros inferiores, fazia-os voar em ziguezague, em grandes procissões, atraídos pelo sangue escorrido no cimento encardido da matança. Os meninos festejavam aquele espetáculo nos céus, viam seu Damião, o único gari da cidade, atirar pedados de pau para atingir os pequeninos vampiros e que vibrava o atarracado homem, a cada acerto nalgum que não se defendia dos petardos vindo em sua direção.
         Momentos de júbilo! Grande alegria pelas cenas únicas, talvez, no mundo! Mas, de repente, tomados pela dose contida de atanazarem o pobre atirador, passaram a apupar àquele:
         - Meu louro! Dê cá o pé meu louro.
         O homemzinho, deixando de lado os morcegos, voltava sua atenção para os dois peraltas, indignado pelo apelido que não o deixava em paz. Por onde passava, pelos recantos disformes de Verdejante, era atiçado pela meninada e até mandriões. E, num desses acessos de raiva incontida, partiu para cima dos dois pirralhos e os acertou, a ambos e em cheio, com um pedaço de pau. A pancada pegou-os de surpresa, nas costas respectivas, caíram se torcendo de dor. Danta chorava, mas Guerra, não.

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RESUMO - Próximo capítulo vai haver rebuliço. Pedrão aparece de repente e faz as pazes com Guerra. Mas... vem novidade por aí, na mesma noite do amistício. Enquanto isso os dois: Guerra e Danta deixaram de descobrir, por um triz, um grande segredo do Padre Benedito Basílio Alves. Noutro dia, porém a descoberta irá acontecr. Aguardemos. As três beatas da cidade entram em ação. Nesse capítulo VI e no VII. O que será que elas vão dizer ao Vigário? E este, como reagirá às fofocas das três?

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 * William Lopes Guerra é advogado, pesquisador e escritor em Apodi, herdeiro dos direitos da obra de seu pai, Walter de Brito Guerra.