terça-feira, 31 de julho de 2012

Dicas para o Enem

Fonte: Universia Brasil

Enquanto isso em algum beco estreito por aí...


Em tempos de eleição...

Aproveitando o tema em alta, trago aqui essa poesia  bem humorada de Jessier Quirino*. 

A obra abaixo é o poema “Comício em beco estreito”, um dos mais famosos desse menestrel matuto, oportunamente selecionado por nos apresentar a receita do político corrupto e demagogo, figura tão presente em nosso cotidiano. Em ano eleitoral, serve como excelente reflexão para os eleitores desatentos.






“Pra se fazer um comício
Em tempo de eleição
Não carece de arrodei
Nem dinheiro muito não
Basta um F-4000
Ou qualquer mei caminhão
Entalado em beco estreito
E um bandeirado má feito
Cruzando em dez posição.

Um locutor tabacudo
De converseiro comprido
Uns alto-falante rouco
Que espalhe o alarido
Microfone com flanela
Ou vermelha ou amarela
Conforme a cor do partido.

Uma ganbiarra véa
Banguela no acender
Quatro faixa de bramante
Escrito qualquer dizer
Dois pistom e um taró
Pode até ficar melhor
Uma torcida pra torcer

Aí é subir pra riba
Meia dúzia de corruto
Quatro babão, cinco puta
Uns oito capanga bruto
E acunhar na promessa
E a pisadinha é essa:
Três promessa por minuto.

Anunciar a chegança
Do corruto ganhador
Pedir o “V” da vitória
Dos dedo dos eleitor
E mandar que os vira-lata
Do bojo da passeata
Traga o home no andor.

Protegendo o monossílabo
De dedada e beliscão
A cavalo na cacunda
Chega o dono da eleição
Faz boca de fechecler
E nesse qué-ré-qué-qué
Vez por outra um foguetão.

Com voz de vento encanado
Com os viva dos babão
É só dizer que é mentira
Sua fama de ladrão
Falar dos roubo dos home
E tá ganha a eleição.

E terminada a campanha
Faturada a votação
Foda-se povo, pistom
Foda-se caminhão
Promessa, meta e programa…
É só mergulhar na Brahma
E curtir a posição.

Sendo um cabra despachudo
De politiquice quente
Batedorzão de carteira
Vigaristão competente
É só mandar pros otário
A foto num calendário
Bem família, bem decente:

Ele, um diabo sério, honrado
Ela, uma diaba influente
Bem vestido e bem posado
Até parecendo gente
Carregando a tiracolo
Sem pose, sem protocolo
Um diabozinho inocente”.



* O paraibano Jessier Quirino é o típico poeta erudito que nos deleita com as variedades regionais da língua portuguesa e enriquece a todos com seu fabuloso espírito nordestino. É um gigante na arte da contação de causo e da poesia matuta. Suas performances lotam teatros e provam que o povo também gosta do que é bom.


segunda-feira, 30 de julho de 2012

Enquanto isso no consultório...


Enquanto isso em qualquer lugar do Brasil...


Ser Professora de Português




01 - Professora de português não nasce; deriva-se.
02 - Professora de português não cresce; vive gradações.
03 - Professora de português não se movimenta; flexiona-se.
04 - Professora de português não é filha de mãe solteira; resulta de uma derivação imprópria.
05 - Professora de português não tem família; tem parênteses.
06 - Professora de português não envelhece; sofre anacronismo.
07 - Professora de português não vê tv; analisa o enredo de uma novela.
08 - Professora de português não tem dor aguda; tem crônica.
09 - Professora de português não anda; transita.
10 - Professora de português não conversa; produz texto oral.
11 - Professora de português não fala palavrão; profere verbos defectivos.
12 - Professora de português não se corta; faz hiato.
13 - Professora de português não grita; usa vocativos.
14 - Professora de português não dramatiza; declama com emotividade.
15 - Professora de português não se opõe; tem problemas de concordância.
16 - Professora de português não discute; recorre a proposições adversativas.
17 - Professora de português não exagera; usa hipérboles.
18 - Professora de português não compra supérfluos; possui termos acessórios.
19 - Professora de português não fofoca; pratica discurso indireto.
20 - Professora de português não é frágil; é átona.
21 - Professora de português não fala demais; usa pleonasmos.
22 - Professora de português não se apaixona; cria coesão contextual.
23 - Professora de português não tem casos de amor; faz romances.
24 - Professora de português não se casa; conjuga-se.
25 - Professora de português não depende de ninguém; relaciona-se a períodos por subordinação.
26 - Professora de português não tem filhos; gera cognatos.
27 - Professora de português não tem passado; tem pretérito mais-que-perfeito.
28 - Professora de português não rompe um relacionamento; abrevia-o.
29 - Professora de português não foge a regras; vale-se de exceções.
30 - Professora de português não é autoritária; possui voz ativa.
31 - Professora de português não é exigente; adota a norma padrão.
32 - Professora de português não erra; recorre a licença poética.


[Desconheço a autoria - Extraído de Aprendendo Português]

Frase do Dia

Rene Terra Nova

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Desembargadora repreende advogados por erros de português



Erros de língua portuguesa nunca são bem recepcionados, é verdade. No entanto, quem é profissional do direito é especialmente exigente com relação a isso. E com razão: saber lidar bem com a sua língua é o pressuposto (básico) para qualquer argumentação.

Todavia, devido ao ensino deficiente nas faculdades de direito, não é muito difícil localizar erros grotescos na prática forense.

Durante o julgamento de um recurso, ao se deparar com vários erros de português, a desembargadora Sirley Abreu Biondi do TJ/RJ não se omitiu: "Insta ser salientado que os advogados que assinaram as contra-razões necessitam com urgência adquirir livros de português de modo a evitar as expressões que podem ser consideradas como injuriosas ao vernáculo".

A peça continha erros claros de ortografia, como: "em fasse", "não aciste razão", "doutros julgadores" e "cliteriosamente", devidamente sinalizados e corrigidos pela magistrada.

A desembargadora não parou por aí e prosseguiu com a lição, mas dessa vez sobre o conteúdo jurídico da peça: "acrescenta-se ainda que devem os causídicos adquirir também livros de direito, à medida que nas contra-razões constam 'pedidos' como se apelação fosse, o que não tem o menor cabimento".

Mesmo depois de uma boa aula, os advogados não se deram muito bem: a magistrada negou provimento ao recurso.

Fonte: http://jusbrasil.jusbrasil.com.br

Frase do Dia


Cuidado nas mídias sociais




Tudo bem, quem não deve, não teme. Mas pessoas do bem podem ser vítimas de fakes e situações indesejáveis nas mídias sociais.

Pessoal, Dorisângela Lima é uma amiga minha. Ela ficou sabendo que sua foto estava sendo utilizada em um perfil desconhecido, com outro nome. Quando fui ver, já haviam fotos de outra pessoa. Fui ver agora e, pelo visto, que o perfil foi banido. Certamente após as denúncias.



Fico indignado com usurpação de perfis nas mídias sociais. Quando alguém usa a sua imagem, sabe lá o que podem fazer com ela. Todo cuidado é pouco.


As redes, oferecem recursos de segurança e privacidade. Infelizmente nem todos fazem bom uso disso. Alguns por desinformação, outros por falta de consciência mesmo.


Um exemplo de pessoa que está bastante vulnerável aos perigos desse tipo, são os professores. Esses profissionais, normalmente, possuem uma grande quantidade de alunos e é comum aceitar os convites. É IMPORTANTE que, independente de professor ou não, que certifiquemo-nos sobre a idoneidade de quem está nos adicionando, mesmo que a foto seja de um conhecido/a.

Abaixo seguem algumas dicas de como melhor se proteger no Facebook

1. >>>>>>>>>>>> ANÁLISE DE PERFIL
Já ativei esse recurso no meu. Qualquer marcação de foto minha, antes de ser publicada, o sistema pergunta se eu aprovo ou não a marcação.
Não deixe de ler o que tem nesse link. Explica melhor sobre a análise de perfil.
http://www.facebook.com/help/activitylog

AO TE ADICIONAREM:
2. Cuidado quando te adicionarem. Mesmo que você conheça pela foto, certifique-se com a pessoa antes de adicionar, se ela realmente está com Facebook e te adicionou.

3. AO PUBLICAR ALGO:
Cuidado. Ao lado do formulário de publicação, há umas opções, onde você pode marcar opções de visibilidade. Se marcar público, lembre-se que qualquer pessoa do Facebook mesmo desconhecidos, poderão ver o conteúdo.

4. MARCAÇÃO DE FOTOS:
Mesma coisa. Algum amigo/a pode te marcar em uma foto e esta foto está visível como pública. Se você não deseja tal nível de exposição, você pode remover a marcação, entre outras opções.

ENTÃO, FACE AO EXPOSTO, TODO CUIDADO É POUCO.
Gente de má fé tem em todo canto.
Cuidar de seu perfil nas redes sociais é cuidar de você, de seus princípios éticos e morais.



Repetindo o que já disse... Quem não deve, não teme. Contudo, a vítima pode ser você, uma pessoa do bem.



Fica o alerta!



Marcilio França

terça-feira, 24 de julho de 2012

8ª Feira do Livro de Mossoró


Vem aí a 8ª edição da Feira do Livro de Mossoró! 




Enquanto não chega o grande dia, que tal conhecer como será a estrutura e a programação do evento deste ano, que vai acontecer no Expocenter? 



Clique aqui e confira!



Artistas decretam estado de calamidade pública na cultura do RN‏

Os artistas mossoroenses, representando vários grupos culturais da cidade, realizaram na última sexta-feira (20) um protesto pelas ruas da cidade de Mossoró. Vestidos de preto, eles declararam luto e "Estado de calamidade pública da cultura mossoroense".

Em carta aberta, postada nas mídias sociais, os artistas exigem mudanças na política de incentivo cultural tanto nas esferas municipal como estadual e citam o caso do Museu Lauro da Escóssia, fechado há doze anos, e do Teatro Lauro Monte, que se encontra fechado há quatro anos.


Os organizadores do protesto cobram ainda mais investimentos na cultura, com apoio aos artistas e não apenas o foco em grandes eventos. Os governos de Mossoró e do Estado são cobrados.

Abaixo o vídeo oficial do manifesto dos artistas:





Eis na íntegra a carta aberta:

Mossoró, 20 de julho de 2012

Queremos, oficialmente, decretar, a partir desta data, 20 de julho de 2012, “estado de calamidade pública da cultura mossoroense” e do “Estado do Rio Grande do Norte.”

Gritamos para os mossoroenses, potiguares e para as demais tribos brasileiras, que a atual situação de nossa cultura é vexatória, humilhante, desprezível, cruel e discriminatória. Os  fazedores de cultura de Mossoró-RN estão sendo mal tratados pelos poderes públicos municipal e estadual.

O poder público de Mossoró vem tentando fazer a população mossoroense e até mesmo os próprios artistas acreditarem que vivemos numa cidade que respira arte, e que temos um movimento cultural apoiado pela Prefeitura. Nós estamos aqui para contestar, protestar e dizer que todo este alarde não passa de uma grande MENTIRA.

Mossoró hoje possui apenas uma política de eventos. Caracterizada pelos grandes espetáculos ao ar livre e pelo total desprezo aos que fazem espetáculos de teatro, de dança, de música, publicam livros, dançam quadrilhas juninas, os povos de terreiros, os capoeiristas, os das artes plásticas e visuais, que de forma independente realizam seus trabalhos dentro de seus grupos artísticos, e até mesmo os que trabalham individualmente. O acesso aos eventos como “Chuva de Bala no País de Mossoró” e “Auto da Liberdade” se dão apenas mediante a preferência e gosto pessoais dos que comandam politicamente a cidade.

Do poder público municipal, queremos re-clamar do Museu Lauro da Escóssia, que mesmo sendo o único da cidade, encontra-se fechado desde o ano 2000; da Biblioteca Pública Ney Pontes Duarte, com seu acervo atrasado e que por incrível que pareça ainda usa uma máquina de datilografia com teclas quebradas para registrar seus novos filiados; da coleção Mossoroense, que já ostentou o título de maior publicadora de livros do país, e que hoje sofre por falta de apoio; da situação das quadrilhas juninas, que foram praticamente exterminadas dos bairros da cidade, em função de um evento que atualmente conta apenas com as duas últimas remanescentes; da condição dos pequenos artesãos que precisam de espaço adequado para comercialização de seus produtos; da situação de coadjuvantes que se encontram os músicos da cidade, que assistem corais, bandas e profissionais de outras praças protagonizando os grandes eventos promovidos pelo poder público mossoroense, com pouquíssimo direito de participação; da espera das escolas de samba que são enganadas com um pretenso apoio para um carnaval que não existe, mas que a mídia patrocinada pelo poder faz acreditar que exista; do descaso com o patrimônio histórico de Mossoró, que está sendo destruído sem dó nem piedade, acabando com os últimos resquícios de nossa memória arquitetônica; do funcionamento da Escola de Artes, recém-criada, mas que já se caracteriza como espaço eleitoreiro, sem condições mínimas para a formação artística nas áreas que contempla; do acesso ao Teatro Dix-Huit Rosado, que apesar de manter uma programação regular de espetáculos, principalmente de fora, ainda não foi devidamente apropriado pelos artistas mossoroenses; das praças, das feiras e de outros logradouros públicos, que muitas vezes deixam de receber o trabalho dos artistas, devido à arrogância e total falta de sensibilidade e inteligência dos gestores, que enviam aos artistas seus seguranças inibidores de apresentações; do formato atual do Prêmio Fomento, que conta apenas com 160 mil reais divididos para todos os segmentos artísticos, e que só acontece de acordo com a vontade dos administradores.

Da Prefeitura Municipal de Mossoró, EXIGIMOS a ampliação e a valorização do Prêmio de Fomento à Cultura; editais para escolha dos diretores de teatro dos autos mossoroenses, que atualmente estão sendo escolhidos apenas pelo critério da amizade; exigimos ainda apoio para as manifestações artísticas realizadas nos bairros, como forma de descentralizar as ações da Prefeitura, que hoje se concentra apenas no chamado Corredor Cultural; exigimos a valorização dos grupos e artistas de Mossoró, e respeito aos nossos profissionais; exigimos que a Escola de Artes de Mossoró seja devidamente equipada com tablados para dança e sala para teatro e tratamento acústico para as salas de música.  

Em relação ao Governo do Estado que vem, a exemplo do nosso município, também, adotando uma política de grandes eventos, sem nenhuma preocupação com os grupos e artistas independentes, tendo praticamente todas as suas ações voltadas para o fortalecimento e criação de autos e reduzido os editais para montagem e circulação de espetáculos dos grupos.

Paralelo a isso, a Secretária Extraordinária de Cultura do Estado, Senhora Isaura Rosado, diz que está atendendo a um pedido da classe artística, mas o que lembramos são dos nossos inúmeros pedidos para pagamentos dos editais, nos quais dezenas de grupos artísticos foram contemplados, para montagem e circulação, no governo passado, mas que não receberam.

Do Poder Público Estadual, QUEREMOS o imediato pagamento dos prêmios “Lula Medeiros” de Teatro de Rua e “Chico Villa” de Circulação. Queremos a reforma do Teatro Lauro Monte Filho, que atualmente encontra-se fechado e interditado pelo Corpo de Bombeiros desde o ano de 2008, e desde então serve de chiqueiro para pombos e morcegos. Coberto pela poeira, vergonha e hipocrisia dos gestores. Queremos editais para montagem e circulação de espetáculos de teatro, de dança e de música; para a literatura de cordel, para a cantoria de viola, para a publicação de livros, para a programação das casas de cultura, estas sucatas abandonadas em diversas cidades do nosso RN; para a produção das artes visuais e do artesanato; para a produção de CDs, exposições fotográficas, e demais manifestações de nossa cultura, dos mais variados segmentos.

Exigimos a volta do Festival Agosto de Teatro, pensado e realizado pelos artistas deste Estado, mas afogado por mais um evento, imposto pela extraordinária Isaura Rosado, à revelia dos artistas do Estado e seu público.

No plano nacional, também queremos pedir a ministra Anna de Holanda que retome o formato democrático e aberto, que tanto festejamos no Governo Lula da Silva. QUEREMOS a Funarte, “de Antônio Grassi”, atuante e para todo o Brasil.

EXIGIMOS DE TODOS OS PODERES, A PARTIR DE AGORA: TRANSPARÊNCIA, DEMOCRATIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO.

Assim QUEREM E EXIGEM:

Arruaça de Teatro, Companhia Escarcéu de Teatro, Companhia Mythus, Companhia Xaréu de Teatro, Grupo de Teatro O Pessoal do Tarará, Grupo Focart, Coletivo Juízo Torrado Realiza Ações, Pau e Lata, Núcleo de Dança Nilson Torres, Grito dos Excluídos, Carlos José, Rogério Dias, Walter Silva.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Aula de Hoje: Meio e Meia




Somos um povo enfático, até exagerado às vezes. Por isso, palavras que expressam intensidade estão na boca do povo. A palavra “meio” é uma delas e merece atenção.
É muito comum no dia a dia o uso de “estou meia cansada, meia distraída, meia louca, meia triste”. Isso ocorre principalmente às mulheres por causa da concordância feminina.
A dúvida existe porque “meio” tem mais de um uso. Atente-se à diferença:
Meio = numeral fracionário. Virá vinculado a um substantivo e concorda normalmente: meia-noite, meia garrafa, meia folha, meio quilo, meio-dia.
Meio = advérbio de intensidade. Virá vinculado a um adjetivo e não se flexiona: meio cansada, meio distraída, meio louca, meio triste.
Para sair de vez da dúvida, pense na palavra muito: se muito não varia, meio também não. Compare:
Ela estava muito feliz.
Ela estava meio feliz.

A mulher era muito rápida. 
A mulher era meio rápida.

Embora o sentido seja diferente, o uso é igual e, por isso, serve de comparação. Diga com tranquilidade: “Ela estava meio triste, mas depois ficou muito feliz”. Mas “meia triste” nunca mais.

Com informações de João Bolognesi, professor de português do Complexo Educacional Damásio de Jesus, na Revista Exame

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Sem palavras no Festival Gastronômico



O Grupo de Teatro O Pessoal do Tarará, de Mossoró (RN) se apresenta hoje e amanhã (sexta dia 6 e sábado dia 7), pela primeira vez na cidade de Monte das Gameleiras (RN), dentro da programação do Festival Gastronômico daquela cidade. O Pessoal do Tarará fará duas apresentações de sua comédia 'Sem Palavras', que tem atuação dos atores Antônio Marcos e Maxson Ariton, com direção de Dionízio do Apodi.

Aula de Hoje: Pleonasmo

Pleonasmo consiste na repetição da mesma idéia, isto é, redundância de significado.

Há dois tipos de pleonasmo:

 a) Pleonasmo literário

É o uso de palavras redundantes para reforçar uma idéia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. Usado como um recurso estilístico, enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.

Exemplos:

"Iam vinte anos desde aquele dia
Quando com os olhos eu quis ver de perto
Quando em visão com os da saudade via."

(Alberto de Oliveira)

"Morrerás morte vil na mão de um forte."
(Gonçalves Dias)

"Ó mar salgado, quando do teu sal
 São lágrimas de Portugal"

 (Fernando Pessoa)


b) Pleonasmo vicioso

É o desdobramento de idéias que já estavam implícitas em palavras anteriormente expressas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma ideia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras.

Exemplos:





quinta-feira, 5 de julho de 2012

Frase do Dia



Corrupção... palavra tão elegante na boca dos apresentadores de telejornal e tão bem escrita por periódicos que no dia seguinte colocam uma foto do futebol e esquecem de tudo.

(Gustavo Lacombe)

Macunaíma vive e corrompe

Por Rinaldo Barros (*) 


Imagem: Macunaíma (protagonista do romance homônimo de Mário de Andrade, interpretado
em filme pelo saudoso ator Grande Otelo) anti-herói com sua frase característica: “
Aí que preguiça!


Faz dias que ando assuntando sobre o significado de tudo isso que estamos vivendo. Cogito se não estaríamos vivendo “entre dois mundos: um definitivamente morto e outro que luta por vir à luz”. Busquei nos mestres do século passado uma possível fonte para compreender esta charada. Fixei-me em Macunaíma.

Segundo o próprio autor, Mário de Andrade, Macunaíma representa "a aceitação sem timidez nem vanglória da entidade nacional", concebida como o retrato cultural do povo brasileiro, índio branco, feiticeiro, mau caráter, preguiçoso, mentiroso, egoísta, gozador, capaz de rir de si próprio e de nunca perder uma piada. Terreno fértil para, frente à impunidade, florescer atos de corrupção, praticados com naturalidade, sem que sejam vinculados com a questão da ética ou com a moral vigente.  Como se fossem coisas separadas.

Pequenas corrupções cotidianas são consideradas “defesas”, expressão muito usada por diversos segmentos da população. Um passo para aceitar a corrupção de todos os níveis.
Macunaíma poderia ser a metáfora de uma crise, mas também pode ser tomado como um desafio a ser vencido. O povo brasileiro teria sido formado historicamente de forma a ser capaz de adaptar-se, no cotidiano, a inúmeras formas de estratégias de sobrevivência.

Capacitou-se a conviver “espertamente” com situações adversas de exploração, violência, corrupção, miséria moral, discriminação, desemprego, analfabetismo, utilizando-se das armas ou mecanismos psicológicos os mais diversos. A arma mais utilizada é o humor. Mentir talvez seja a vice-campeã. Impontualidade e Hipocrisia disputam pau-a-pau.

Relembro agora que aprendemos com Gilberto Freire que a família patriarcal determinou toda estrutura social e as relações com o poder público. Formou-se sociologicamente “uma invasão do público pelo privado, do Estado pela Família”.

Para complicar ainda mais, nossa cultura tem como traço definidor sua diversidade e ao mesmo tempo o sincretismo de várias manifestações antropológicas, principalmente negras, índias e portuguesas. Assume dimensão gigantesca o problema da mestiçagem do povo brasileiro.

A mestiçagem é uma não-identidade. Somos todo mundo e não somos ninguém. Darcy Ribeiro, em seu ótimo O Povo Brasileiro, falou sobre o conceito de ninguémdade.

Ou seja, os brasileiros somos brancos que não são brancos, negros que não são negros, índios que não são índios.

Essa faceta adaptativa de nossa complexidade foi comprovada recentemente em pesquisa do IBOPE, cujo resultado aponta na direção da aceitação generalizada do nepotismo, do patrimonialismo (invasão do público pelo privado) e da corrupção eleitoral.

A pergunta “Você venderia o seu voto?” tem resposta imediata e sem pejo: “Depende do preço que você pagar”.

O Ibope tem pesquisa, não publicada, reveladora do grau dessa característica nacional: quase 75 por cento dos entrevistados admite que conviveria com a corrupção, se estivesse em cargo público. Na base do “todo mundo faz”.

Para terminar, a urbanização ocorrida em velocidade vertiginosa nos últimos quarenta anos expulsou milhões de trabalhadores rurais (caipiras) para os centros urbanos, lançando nas cidades muito mais gente do que as fábricas conseguiram ocupar.

São milhões de pessoas cujo único compromisso é consigo mesmo, com sua sobrevivência. A vida famélica não lhes deu oportunidade de perceber que existem princípios éticos em nosso mundo, menos ainda que a civilização somente será construída a partir da cidadania.

Resumo da ópera: provavelmente, “tudo continuará como dantes no quartel de Abrantes” durante um bom tempo. Até porque essas questões são estruturais, históricas, sistêmicas, e não serão resolvidas com a eleição de um “Salvador da Pátria” ou de um “Macunaíma”.

Oxalá, quem sabe, a cidadania venha à luz pela geração dos meus netos!



(*) Rinaldo Barros é professor – rb@opiniaopolitica.com - http://opiniaopolitica.com

Exposição de Caricaturas 3D




O cartunista Túlio Ratto lança, em agosto, sua quarta exposição. Dessa vez, o profissional decidiu inovar e apresentará seu trabalho a partir da tecnologia que permite ao visitante apreciar as caricaturas em três dimensões.

De acordo com o jornal O Mossoroense, serão apresentados ao público 100 quadros, sendo que desse total, 60 já estão encomendados. 

O acesso à exposição se dará mediante a troca de um quilo de alimento não-perecível, que será posteriormente doado a uma instituição carente da cidade.

Essa será a quarta exposição que Túlio Ratto promove. A primeira foi realizada em 2003, um ano após iniciar sua carreira como cartunista. 

A exposição em 3D deve ser levada também para Natal, e ainda outros dois municípios do Rio Grande do Norte.