quarta-feira, 20 de julho de 2011

Por dentro do Levante do Elefante

Acampado em frente à Governadoria, movimento quer engajamento para melhoria da sociedade



Como todo movimento popular mobilizado, a agenda do Levante do Elefante, que instalou acampamento há nove dias, em frente à sede da Governadoria, no Centro Administrativo, em Natal, está articulada com diversos segmentos sociais, mostrando que independente da maioria das greves já ter encerrado, o movimento busca uma consolidação na sociedade.


Acampamento tem uma base de 40 a 45 pessoas de várias correntes partidárias e que se revezam durantes os turnos Foto: Fábio Cortez/DN/D.A Press
Hoje, o movimento recebe a visita dos professores da rede pública, que se reunirão à tarde com a Casa Civil sobre a greve. O movimento irá participar também da assembleia dos professores e, à noite, farão uma palestra para membros do Conselho Comunitário de Felipe Camarão. Na sexta-feira, os acampados participam da marcha dos estudantes e educadores e, com o retorno às aulas na rede estadual, promete ir às escolas para trabalhar a conscientização dos estudantes e buscar o engajamento na luta pela melhoria do ensino e da rede de saúde pública.

Semelhante ao acampamento "Primavera sem borboleta", erguido pelos manifestantes do movimento "Fora Micarla", que se instalaram durante 11 dias na Câmara Municipal de Natal (CMN), o "Levante do Elefante", tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade para a administração pública. "Não é um Fora Rosalba porque a administração da governadora ainda é muito precoce, mas é um levante contra o sistema autoritário que o Governo Rosalba tenta implantar na sociedade norte-rio-grandense", disse o estudante do ensino médio, Luan Rodrigues, 23. Ele explica que o movimento tem como foco principal o grito pela educação, saúde e condições dignas no campo do Rio Grande do Norte.

O "Levante do Elefante" reivindica que o governo negocie com os professores grevistas e categorias que ainda reclamam por melhorias salariais para que os serviços voltem a ser fornecidos à população normalmente. Pedem a volta do fornecimento de água e energia à 12ª Dired de Mossoró, que foi ocupada pelo acampamento "Primavera sem rosa", em protesto contra a greve na educação do Estado. E querem ser recebidos pela governadora para manter um diálogo direto com a representante do povo potiguar. Apesar de o grupo estar acampado em frente à Governadoria, até o momento a governadora Rosalba Ciarlini não se dirigiu a eles nem mandou representantes para ouvir suas reivindicações.

Movimento Plural

Com cerca de 40 pessoas de várias correntes partidárias, do PSTU ao DEM, e até apartidários, o acampamento tem uma base de 40 a 45 pessoas que revezam turnos. Embora a maioria seja de estudantes, tem gente que trabalha e vai ao acampamento em momentos de folga. Como também há estudantes de Mossoró e até de outros estados. Os estudantes explicam que o movimento é inteiramente popular e apartidário, tendo o povo como o principal interessado, desde o pai de família ao estudante e trabalhador de qualquer categoria.

"Os poderosos não vão atender os reclames do povo se nós não nos mobilizarmos, não vão colocar médicos no posto ou remédios nas farmácias se o usuário do sistema de saúde não reclamar, pois ele é o principal ator da história, não é omédico o enfermeiro ou o diretor da unidade", diz com convicção o estudante do ensino médio, Thiago Rafael, 23.De pensamento libertário e apartidário, sem qualquer vinculação partidária, Thiago diz que é a voz de um povo que sofre com descaso à saúde, à educação e à segurança. 
 
 
Matéria publicada no Diário de Natal -Edição de quarta-feira, 20 de julho de 2011 

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