Aventuras do Menino Danta e seu amigo Guerra
Por William Guerra*
Passa a comoção de um dia trágico.
A vida segue em Verdejante igual em qualquer outra parte. O professor João Batista. Irmão do Guerra começa a se destacar na cidade. Já era um jovem de grande influência quando partira para outro centro com a finalidade de estudar. Voltou diplomado em professor. Sempre em montado em seu cavalo pedrês, saía pelos sítios a conversar com todos e com cada um. Levava a sua mensagem, o seu papo agradável e com informações sobre todo assunto. Em cada casa, cada roçado, parava para tomar um café, era sempre bem-vindo. O acompanha Doutor Nego, amigo inseparável, montado em um burro que tomara emprestado, jamais João Batista deixara que fosse devolvido o animal, pois era o amigo de confiança seu parceiro em todas as suas escaramuças pelo município verdejantense. Era como um Sancho Pança na memorável história de Miguel de Cervantes, cujo cavaleiro Dom Quixote de La Mancha poderia ser representado pelo professor João Batista, guardadas as devidas proporções.
Certa vez disse Doutor Nego:
- João, por que a gente num compra esse burro? Emprestado, emprestado e nunca a gente devolve. Num é melhor ser nosso?
O professor disse:
- Eis aí uma grande ideia. Vou conversar com seu Moreira, o dono deste possante animal, vê se ele vende e eu compro e você fica dono dele, então...
O companheiro ficou animado. Poderia cuidar do burro e imediatamente pediu que João batista lhe colocasse um nome no dito cujo. O professor pensou e falou:
- Rocinante!
Era o nome do cavalo com que o Cavaleiro da Triste Figura, do romance de Cervantes, andava pelo mundo defendendo mocinhas inocentes e atacando cata-ventos pensando estar enfrentando gigantes poderosos!
João Batista, pela cidade de pouco mais de oitocentas famílias, Verdejante, é claro, andava de casa em casa, sempre aos domingos, começando por visitar cedinho seu Ademar, homem de confiança do advogado rábula Filastrio Correi Pinto, e dali seguia, de casa em casa. Todos queriam ouvir o professor, sua palavra era sempre uma lição, algo prazeroso de se ouvir. Nessas caminhadas, lá estava, não somente Doutor Nego, mas também Gato de Inês, outro amigo do homem que transformaria a política local.
Os dois amigos de João Guerra tinham esses apelidos colocados pelo próprio professor: Doutor Nego se chamava Raimundo, mas era metido a sabido quando tomava umas e outras e, não tinha jeito, tinha que discursar; Gato de Inês, seu nome era Antonio, por sua habilidade de se safar de certos imprevistos, igual a um gato que se livra de ataques inesperados.
Aliás Gato de Inês tinha outros irmãos e irmãs, nenhum atendia pelo nome próprio: Vigário, Bentinho, Pinel, Tulha, todos filhos de Bão Mulatim, compadre de Carrinho0, e da lavadeira da roupa Inês, casal que morava ali à beira da lagoa em uma casinha de taipa.
Bão Mulatim era mouco, Carrinho também estava quase que totalmente surdo, uma infecção que adquirira quando jovem. Os dois: Carrinho e Bão foram companheiros quando jovens, de farras e peripécias nos bailes da redondeza. Bão foi ser pescador e possuía pequena roça no Despejo; Carrinho tornou-se tesoureiro da Prefeitura. Hoje, compadres, às vezes se avistavam e batiam um papo.
Numa ocasião, estando Carrinho sentado em sua preguiçosa na calçada, lendo um jornal antigo, passou pela frente o compadre Bão Mulatim com uma rede de arrasto, pois mandara consertar, teria que pescar alguns tucunarés na lagoa, repleta de peixes. Ao avistá-lo Carrinho gritou:
- Oi Compadre Bão. Vai pescar?
O outro mouco atinou de onde vinham aqueles gritos e não entendendo de outra maneira, parou, virou-se e respondeu:
- Não compadre carrinho, eu vou pescar!
O tesoureiro, dobrando o jornal, ajeitando-se na cadeira amiga, observou, ainda gritando:
- Sim compadre Bão! Pensei que você fosse pescar!?
Esse diálogo ficou registrado nos anais da cidade. Hilariante e sempre que se falava sobre os dois, alguém comentava isso. Nem um dos dois entendia o que o outro estava a dizer, embora respondessem de conformidade com o que entenderam. É assim a conversa com moucos ou a conversa entre os surdos. Mais tarde isso foi dito em várias partes e se tornou anedota engraçada se espalhando mundo afora.
O professor João Batista contribuiu para ampliara e divulgar esta perola do anedotário de Verdejante. E outras passagens interessantes e cheias de humor faziam-no home requisitado para palestrar nas rodas de amigos, para conversar nas festas e agrupamentos de pessoas em qualquer lugar, sob qualquer pretexto.
Adepto, juntamente com outras figuras do lugar, da corrente política do Coronel Benedito Saldanha, como Vicente Mia, Alfredo de Terta, Palpito, Luis Leite, dentre outros, não era simpático pelos adversários daqueles, uma vez que representava uma novidade, além de formado em professor, bastante inteligente.
O professor João batista começava a organizar a fundação da Sociedade de São Vicente em Verdejante, entidade filantrópica e beneficente que já existia em outras partes do estado, e até do país. Até mesmo um rádio receptor encomendara, mesmo sem saber que teria a aprovação dos demais membros da Sociedade que se reunia e formara a sua primeira diretoria, presidida, naturalmente, por João Batista Guerra.
Fui uma grande luta para formar os quadros daquela entidade. Pessoas de destaque da cidade tinham que aderir, contribuir com uma quantia inicial, depois pagar regiamente por mês, uma parcela a título de associação para que se pudesse mantê-la. Tinha foro e sede em verdejante, com objetivos humanitários de ajuda aos mais necessitados, além de ser local de encontros e de entretenimento dos seus associados. Foi escolhida a sede. Instalada no prédio da esquina das ruas: São João batista, próximo à igreja matriz, com a rua que seguia para o Alto de Zé Albino, mais tarde essa rua veio a chamar-se de Governador Dix-Sept Rosado.
Birô, cadeiras e estante. Havia uma espécie de biblioteca com poucos livros doados pelos participantes. E a grande novidade, certamente, será a inauguração do rádio que estava prestes a chegar. Um técnico especialista viria da capital do ceará, exclusivamente para colocar o aparelho em funcionamento e passar as instruções. Depois de Verdejante, somente grandes centros possuíam esse tipo de veículo de comunicação. Muitos ouviam falar, mas ninguém tinha ideia de como seria sua forma, por que dizem que fala e nele tocam músicas. O professor João Batista, que conhecera de perto um modelo, dava as explicações, enquanto os interlocutores ficavam boquiabertos e incrédulos.
Mas o final do ano se aproximava. As pessoas iam, aos poucos, inventando árvores de natal, decorações com papel multicolorido. Na igreja Maria de Dodô começara montar a Lapinha. Seria uma atração para o povo e principalmente para as crianças. Guerra e Danta ficavam muito tempo de frente àquele presépio com Jesus na manjedoura, Maria e José ajoelhados ao seu lado e os animais por ali, aves e a chegada dos três reis magos. A estrela de Davi os guiara até Belém.
Os meninos voltaram à vida cotidiana: passarinhar, banhos na lagoa, correr pelas ruas, brinquedos, estripulias, peraltices...
Naquela manhã, Guerra e Danta chegaram até onde o professor João Batista e mais outras pessoas, arrumava os móveis para a instalação da Sociedade de São Vicente. Já haviam aprovado os Estatutos e registrado os mesmos em Cartório. As pessoas mais representativas e influentes da cidade vão participar do ato inaugural ao mesmo tempo em que assinarão a Ata de inauguração.
Ficou decidido que não haveria política envolvida naquela entidade, essa mais uma vitória do futuro presidente, professor João batista, que mostrou para todos o significado da Sociedade e seus benefícios seriam distribuídos, não somente com os sócios, mas com a população inteira de Verderjante.
Os meninos entraram no enorme salão de paredes grossas e altas. Toda caiada e o teto restaurado. Uma outra sala nos fundos, que poderia ser a sala de onde o presidente tomaria suas decisões e, ligado a esta, um pequeno banheiro.
Muitos bancos parecidos com os da igreja. Cadeiras e em frente, por trás do birô, a bandeira do Brasil num estandarte.
Na parede do fundo, lá em cima, uma foto ampliada de São Vicente de Paula, o defensor dos pobres e reformador da igreja. Depois, já em 1833 foi fundada as Conferências Vincentinas que se espalharam por todo o mundo. Daí nasceram as Sociedades de São Vicente que tinham a mesma missão.
Guerra e Danta ficaram encantados com aquele salão. Mas estavam curiosos pela chegada do rádio que João Batista mandara trazer do rio de Janeiro. O rádio-técnico já estava para chegar. Enquanto a encomenda viria de navio até Areia Branca e de lá transportada à estação do trem que o traria para a estação mais próxima de Verdejante.
Havia ainda uma expectativa pela chegada do inverno. Começavam as experiências dos agricultores: o aparecimento de tanajuras; o quebrar da barra; a revoada das andorinhas... Dentre dezenas de coisas e aspectos que os sertanejos adquiriram ao longo dos anos, acumulando saber sobre inverno e seca.
Ainda estava bastante cedo para se dizer que haveria ou não inverno. Os mais crédulos entregavam nas mãos de Deus, pois somente Ele para minorar os sofrimentos e matar a sede dos animais. Havia aqueles que pediam a São Pedro que abrisse as torneiras do céu. Outros mais que diziam que chuva não tinha nada a ver com o céu. Que eram as nuvens que se desfaziam em pingos de água que caiam.
O certo era que o ano novo estava às portas, mas antes a festa natalina. Papai Noel que deveria passar com sua carruagem puxada pelas reinas do Pólo Norte. Isso sim interessava à meninada. Danta ainda acreditava em Papai Noel, Guerra nem tanto. Desde a última vez que pedira ao velhinho9 de barba comprida e branca que lhe trouxesse uma corneta e, ao acordar, olhar para debai9xo da rede e ver somente uma tigelinha lavrada com uma manga dentro, nunca mais quis saber de Papai Noel.
- É, mas eu quero um presente de Papai Noel...!
Exclamava Danta, sentado num galho do pé-de-cajarana no quintal da residência do tesoureiro Carrinho. Guerra nada dizia. Deitado sobre seu galho preferido, olhava entre as folhas os raios do sol que lançavam diminutos piscares, como que dizendo: acredita não, aquele velhinho bom, de óculos, vestido de vermelho, com um gorro e saco às costas, é um engodo... Sim! Guerra já descobrira que Papai Noel era uma invenção dos homens. Mas não queria estragar a esperança que nutria o seu amigo por uma lenda que vive há muitos anos, desde a história de São Nicolau.
Guerra apenas comentou para o amigo:
- Tudo bem... O que fico imaginando são aquelas crianças que pedem um presente a Papai Noel e não recebem presente nenhum. Parece assim que foram esquecidos...
Danta cont5ra-argumentou:
- Talvez não peçam com fé o presente. Pedindo com muita fé, pode esperar, o brinquedo deixado por Papai Noel aparece debaixo9 da rede.
Guerra teve vontade de dizer de uma vez a Danta que Papai Noel é o próprio pai de cada um de nós. Que o velhinho que mora no Pólo Norte é apenas uma lenda, um estória para entreter as crianças, para que obedeçam aos pais que ganharão brinquedos trazidos por Papai Noel. Nada mais. Mas se conteve.
Era uma manhã gostosa de dezembro. Chegaram a pouco do salão onde iria funcionar a Sociedade de São Vicente. Lembraram, então de repente, do bode Merlim, que adivinhava e que fora seqüestrado e talvez até morto por alguém. Lembraram que, antes da invasão de Massilon o delegado Luiz Marchante estava na pista do criminoso que surrupiara o bode artista do circo Maior de Todos.
Disse Guerra ao amigo:
- Sabe Danta no que estou pensando agora? No Merlim, o bode do criso...
Danta logo tinha algo para dizer:
- Sim! Eu tenho algo para lhe falar sobre o bode, mas é segredo, viu?
Guerra não se moveu. Mas ficou curioso para saber qual novidade Danta trazia assim de repente, já que estavam sempre juntos diariamente e nada de novo sobre o bode. Ficou sentado com as pernas penduradas, inquiriu com veemência:
- Que é que você tem de importante para dizer sobre o bode? Sabe por acaso quem foi que roubou o animal?
- Não. Eu mesmo não sei. Mas sei quem sabe.
Respondeu Danta dando um ar de mistério e i8mportãncia ao seu segredo. Motivo pelo qual Guerra quase se enfurece com o amigo:
- Quer dizer que você tem segredo que não me conta?
Danta quase que não teve saída para aquela pergunta e quase afirmação. Mas conseguiu dizer:
- Bom, foi ontem de noite que fiquei sabendo.
- Como?
- O culpado confessou ao padre Benedito, no confessionário.
- Com é que você sabe se foi uma confissão?
- Meu pai disse que, sendo assim, o padre pode não perdoar ao pecador e revelar o crime às autoridades, se quiser.
- Essa história está muito mal contada. A confissão é um segredo, pode ser qual pecado for o Vigário tem que levar com ele para o resto da vida. Não pode contar a ninguém, nem para salvar uma pessoa em perigo, imagina para entregar um simples ladrão de bode!
Danta ficou sem fala. Depois de alguns instantes, subiu mais um galho da antiga e querida árvore, disse:
- Sim, Guerra, mas quem sabe se nesse caso, por tratar-se um bode e de um simples ladrão a lei não permita que o padre pode trocar a penitência por uma pena na justiça?
- Bem pensado. Você sabe dizer as coisas, parece um homem adulto. Mas ainda acredita em Papai Noel?
Danta riu. Sim acreditava em Papai Noel. Mas é bom acreditar em Papai Noel, em fadas, em tudo que resulte em ficar tentando oi cérebro para, a qualquer momento, desvendar o mistério, receber uma recompensa ou mesmo continuar na mesma, crendo, crendo e sem chegar a lugar algum. Pensou de si para consigo.
- Bom, estão comentando por aí que amanhã o delegado Luiz Marchante vai, finalmente, prender o sujeito que surrupiou o bode daquele circo.
Disse Danta, convicto de que assim será.
- Quer só vê! Hoje mesmo vou lá ao meu padrinho padre Benedito perguntar sobre essa história.
Danta ficou interessado.
- Eu vou também!
Os dois meninos resolveram descerem as barreiras até à lagoa. Tomar um banho e voltarem na hora do almoço. De tarde saberiam quem, afinal fora o malvado que deixou o circo Maior de todos sem o seu maior artista: o bode Merlim.
Na lagoa encontraram Wilson. Este foi direto encontrar os dois amigos;
- Souberam da novidade?
Guerra ficou cismado com tanta novidade que Wilson tinha. De onde era que tirava tanta coisa, sem que ele e Danta soubessem de nada?
- Vai, desembucha mais uma. Danta já me contou que o padre sabe o paradeiro do ladrão do bode do circo. E você, o que me traz?
Wilson arregalou os olhos, passou a mão pelos cabelos molhados e alarmou:
- Vixe! E quem foi?
Danta argumentou que somente o padre Benedito Basílio Alves sabia do segredo. E manteria o segredo até que o homem fosse pego. Mas queriam ele e Guerra saber logo qual a novidade que ele, Wilson, trazia naquele momento.
- Então vocês não estão sabendo?
- Não!
- Não foram até à rua de Trás?
- Não...
- Nem os pais de vocês comentaram?
Guerra, quem respondia aqueles “não” a Wilson, ficou furioso e pediu:
- Dá para dizer de uma vez por todas o que está acontecendo que nós ainda não estamos sabendo!?
Wilson se encolheu. Não ousava jamais provocar o amigo Guerra. Estre seria capaz de arrancar-lhe o pescoço. Convidou os dois para entrarem na água, lá seria mais adequado para contar o que sucedia. Danta e Guerra se miraram, confirmaram com a cabeça e caminharam para dentro da lagoa. Mergulharam, passaram as mãos no rosto. O contato com a água os deixava calmos e alegres.
Danta foi quem, desta vez, implorou a Wilson que contasse logo esse raio de novidade que, talvez, fosse pura balela. E Guerra o advertiu:
- Se for somente besteira de sua parte, pode ir logo buscando uma padiola para lhe carregarem. Porque vou moê-lo com uma surra de pinhão, nunca mais vai inventar novidade nem para nós, nem para ninguém mais! Entendeu?
Wilson, desta vez, parecia senhor de si, não tremeu nadinha. Cuspiu longe a água que havia entrado na sua boca e disse tranquilamente:
- Feito!
Aí passou a dar as cartas:
- Mas tem um porém! Ou melhor, tem uma condição.
Danta já furioso, por sua vez, indagou com força a Wilson:
- Qual condição dos diabos é essa!?
Guerra imagine só, foi quem pediu calma a Danta. Virou-se para Wilson e falou:
- Muito bem Wilson, você ganhou. A curiosidade foi quem matou o rato. Pode ficar com a sua novidade guardada para você. Nós vamos mais tarde lá à casa paroquial e descobriremos tudo o que se passa em verdejante pela boca do meu padrinho.
Danta não gostou dessa ducha de água fria. Estava louco para saber o que tinha Wilson para contar aos dois. Ainda tentou alguma estratégia, nada. Foi Wilson quem resolveu, de uma vez por todas, pôr fim àquela ansiedade dos amigos.
- Está bem. Vou contar sem condição nenhuma.
Deu mais um mergulho, parecia querer irritar os dois amigos. Prendeu a respiração debaixo da água e, depois de uns dois minutos, veio à tona. Danta e Guerra esperavam parados, somente com as respectivas cabeças fora da água.
- Olha aqui vocês dois. Eu soube disso lá em casa. Pai estava conversando e pediu segredo. Então vocês dois vão ter que jurar que guardam segredo também.
Guerra contra-argumentou.
- Como exigir segredo de nossa parte? Você prometeu segredo ao seu pai e já está contando para nós dois?
Wilson argumentou:
- É diferente... Vocês dois são meus amigos. Mas eu não vou contar isso a mais ninguém. É assunto sério e vai abalar toda a cidade de Verdejante!
Danta se conteve para não pegar no pescoço de Wilson e o afogar ali mesmo.
- Então, Wilson! Conta de uma vez e deixa de enrolar!
Wilosn exclamou:
- Vixe! Vou logo contar senão vocês me matam.
Aí passou a contar a seguinte história.
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RESUMO: Os próximos capítulos muita coisa vai acontecer. O que será?
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* William Lopes Guerra é advogado, pesquisador e escritor em Apodi, herdeiro dos direitos autorias do pai.
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