Ao contrário do que pensam alguns e do que vociferam por aí outros, através de equívocos e-mails, o feminino de presidente é presidenta. Isso mesmo: presidentA (com A no final). E quem diz isso não é esta reles Professorinha, mas o Dicionário Aurélio (para verificar clique aqui).
Talvez seja um tanto estranho ao ouvido esta pronúncia, mas essa estranheza ocorre por não termos o hábito de pronunciar esta palavra. Afinal até bem pouco tempo sequer imaginávamos ter uma mulher no comando maior da nação brasileira. Isso, sem dúvida, por causa da machista sociedade em que vivemos.
Aprofundando a discussão sobre este assunto, o Prof. Hélio Consolaro explica:
"A predominância do masculino na língua reflete o machismo. Se houver numa sala 39 mulheres e um homem, o orador deverá usar o masculino na sua invocação: prezados senhores… No máximo, falará: prezadas senhoras e prezado senhor. Ofenderia o macho presente se o orador generalizar pelo feminino e dissesse apenas: prezadas senhoras. Assim, em passado recente, não havia feminino de presidente e nem de hóspede. Agora, depois da luta das mulheres na sociedade, os dicionários já registram e a gramática aceita os femininos: presidenta, hóspeda.
Por que isso não acontece na hierarquia da Polícia Militar? Na entrevista desta Folha, edição de 1.º/6, Katia Damasceno Sabino foi tratada por soldado, nada de soldada.
Nenhum dicionário registra o feminino “soldada” e tampouco “sargenta”, apenas Luiz Antonio Sacconi em sua “Nossa Gramática – Teoria e Prática”, Editora Atual, admite tais flexões.
Na verdade, a Polícia Militar, com a presença da mulher em suas fileiras, mantém a estrutura machista, segura a feminização das patentes na divulgação de seus documentos oficiais. E gramáticos e jornalistas concordam com isso.
Não se sabe como as soldadas se sentem sendo tratadas como homens, mas há mulheres que escrevem versos e não gostam de ser chamadas de poetisas, querem ser tratadas de poetas, acham que o feminino as desvaloriza. Isso também é machismo, e pior, machismo do feminino.
Talvez seja apenas preocupação de um professor de Português e os soldados femininos estejam gostando desse tratamento."
* Hélio Consolaro é professor do Ensino Médio e jornalista
** Com informações do Blog toque de Acolher Crianças e Adolescentes
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