Foto: Fernanda Preto |
Ser professora já foi sonho de menina. Hoje faltam profissionais porque ninguém quer trabalhar só por amor. Mas existem incentivos que podem fazer você mudar de ideia
Tatiana Sanson, 29 anos, foi chamada de louca por alguns amigos. Esse drama aconteceu porque, no início do ano, ela deixou o cargo de gerente em uma empresa de pesquisa de marketing para ganhar metade do salário como professora de história e geografia. "Adoro ensinar! Eu sinto que faço diferença na vida dos meus alunos", ela comemora.
Embora a carreira de docente seja a terceira que mais emprega no país - só perde para escriturário e prestador de serviços -, faltam profissionais com formação específica. Por exemplo, apenas 25,2% dos professores de física têm curso superior na área. O déficit também é enorme em química, biologia e matemática. E, justamente porque a demanda de "profes" é urgente, existem incentivos do governo federal para que os vestibulandos optem por cursos de licenciatura (veja quadro).
Apesar disso, a maioria das mulheres ainda responde "Não, obrigada" a essa carreira - até mesmo as que já sonharam com uma turminha para chamar de sua. Pesquisa da Fundação Victor Civita aponta que 32% dos estudantes do ensino médio cogitam tornar-se professores, porém apenas 2% decidem fazer vestibular para pedagogia ou alguma licenciatura. Os motivos já são velhos conhecidos: baixos salários, condições de trabalho difíceis e desprestígio social.
Não vamos pintar o quadro-negro de cor-de-rosa. A grana é de fato curta - o piso nacional de R$ 1 024 nem chega a ser cumprido em todo o país. Por outro lado, a remuneração varia de acordo com a escola (no ensino privado) e com o estado ou o município (no ensino público) e é diferente para cada nível de ensino. "Por incrível que pareça, no Acre se paga um dos melhores salários, com piso acima de R$ 1 600", comenta Ângela Dannemann, diretora da Fundação Victor Civita.
A realidade enfrentada dentro da sala de aula também é muito diversa. Depende da direção da escola, da participação dos pais e do envolvimento dos demais funcionários. "No interior, a figura do professor é mais respeitada, pois geralmente ele pertence à comunidade e é conhecido por todos", completa Ângela.
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br
Fonte: http://educarparacrescer.abril.com.br
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