Na verdade, eu já dei pessoalmente os meus parabéns ao Alex Cassiano, roteirista e diretor do espetáculo AUTO DE SÃO JOÃO BATISTA, apresentado ontem, à noite, no adro da matriz de Apodi. Mas faço questão de registrar aqui também meus cumprimentos a ele e toda sua equipe pelo belíssimo trabalho realizado que tornou o AUTO DE SÃO JOÃO BATISTA uma realidade em Apodi.
Não preciso nem dizer que fiquei encantada com o espetáculo. Eu, não! Todos!
Ao término da encenação, a plateia se encontrava em estado de êxtase. Parecia não acreditar no que seus olhos acabavam de assistir.
Não foi à toa que a referida peça simplesmente fascinou a todo público presente nas duas noites de espetáculo. Com um magnífico roteiro, uma ótima iluminação e cenário, um rico figurino, além de uma belíssima trilha sonora, o AUTO DE SÃO JOÃO BATISTA, salvo as devidas proporções, nada ficou a dever ao Auto da Liberdade e ao Chuva de Balas, apresentados na vizinha cidade de Mossoró.
Além do ineditismo daquela apresentação, pois jamais havia se presenciado um espetáculo daquela grandeza em nossa cidade, surpreendeu-nos bastante a qualidade da encenação, uma vez que sabemos do curto espaço de tempo disponível e das gigantescas dificuldades encontradas pelos organizadores para a produção do primeiro auto na cidade de Apodi. Isso sem falar no fato de que o elenco foi formado basicamente por jovens estudantes apodienses sem qualquer experiência teatral.
Mas Alex, o nosso Júnior Costa e toda trupe mostrou que, quando são dados apoio e oportunidades, pode-se fazer bonito e, mais do que isso, pode-se descobrir grandes talentos que encontram-se escondidos ou adormecidos em nossa cidade.
É oportuno lembrar aqui que o AUTO DE SÃO JOÃO BATISTA não foi apenas uma mera apresentação teatral. Ele serviu muito mais do que se pode imaginar à primeira vista. Se analisarmos com um olhar mais apurado, veremos que aquela encenação proporcionou aos jovens envolvidos uma experiência ímpar que poderá mudar de vez os rumos de suas vidas. Se você acha que estou exagerando, procure conversar com alguns daqueles garotos sobre o que aprenderam e vivenciaram durante o período de produção da peça. Observe a forma como, hoje, após essa vivência, eles veem o teatro, a cultura, a vida. Depois venha aqui e me desminta, se não perceber em seus olhares e em suas falas um brilho insólito de alegria.
O auto proporcionou ainda à nossa comunidade conhecer com mais profundidade e de forma lúdica, a história do seu próprio padroeiro, pois certa estou de que muitos pouco conheciam sobre a real biografia de João Batista.
Afora isso, aquela primorosa peça teatral pôde comprovar o que o nosso pároco, Pe. Maciel Rodrigues, tanto defende, e eu concordo: uma festa de padroeiro para ser bonita, bem participativa e fazer sucesso não precisa de grandes bandas, muito menos de bebida alcoólica.
Apodi mostrou isso durante todos esses dias.
Ontem, quando olhei aquele público (mais de duas mil pessoas) ali, quieto, atento, com um ar de felicidade e contemplação ao assistir àquele espetáculo, tive certeza de que estamos no caminho certo. E é nele que devemos continuar. Afinal testemunhei em cada um daqueles rostos que o prazer e alegria que a arte proporciona, além de mais saudável, é muito mais intensa e duradoura do que a de qualquer droga, seja ela lícita ou ilícita.
Ao Pe. Maciel, meus parabéns pela organização da festa de São João.
A toda trupe do AUTO DE SÃO JOÃO BATISTA, minha admiração pelo magnífico trabalho que culminou com aquele belíssimo espetáculo.
Aos apoiadores (comércio, indústria, ONGs, poder público, imprensa e demais colaboradores) meu muito obrigada, por tornar noites como a de ontem uma realidade em nosso município.
Como plateia, aplaudo a todos. Como cidadã agradeço. Como educadora, fico imensamente feliz com as portas que se abrem para a cultura e a cidadania de nosso município.
Que este seja apenas o primeiro de muitos eventos no calendário cultural de nossa Apodi.
Fotos: http://apodiariooblog.blogspot.com.br
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* AUTO = Peça teatral em forma poética, de origem medieval, que focaliza temas religiosos e profanos.