quinta-feira, 10 de março de 2011

Como criar o hábito de leitura? Como gostar de ler?

Por Aécio Cândido*

"Aprende a se comunicar quem lê. A prática da leitura é essencial para o aprendizado da língua. Aquele que adquire cedo o hábito de ler toma posse das chaves do mundo, isto é, adquire ferramentas – a informação – para compreender melhor o mundo, e assim abrir suas portas. A pessoa que lê tem muito mais facilidade para conversar, para escrever, para dizer o que pensa, para opinar. Quem tem paixão por ler tem paixão pelo conhecimento. Ler é ir atrás do saber.


Para muita gente, ler é um sacrifício. Para quem passa o dia sentado e não pratica nenhum esporte correr também é um grande sacrifício. E se inventar de vencer uma certa distância correndo a uma grande  velocidade pode ter uma parada cardíaca e morrer. Para quem tem treino, para quem se exercita correr pequenas ou médias distâncias é um grande divertimento. A mesma coisa acontece com a leitura. Quem não pratica pode achar chato, mas quem começa a praticar, reconhecendo que é um hábito muito saudável para o espírito e para a inteligência, assim como o esporte é muito bom para o funcionamento do corpo, rapidamente se acostuma e obtém daí grandes doses de prazer.

Quem quer ser um grande corredor não começa correndo os 42 quilômetros da maratona. Começa com pequenas distâncias, dedicando um pequeno tempo todo dia e que vai aumentando, até ter condições físicas de enfrentar, num tempo reduzido, o percurso inteiro. O mesmo vale para quem deseja ser um campeão de natação ou de ciclismo. Com a leitura é a mesma coisa. Quem deseja se tornar um bom leitor, isto é, adquirir o hábito da leitura, deve começar com textos mais leves, mais fáceis, menores. Quem não se acha com coragem de enfrentar a leitura de um romance, comece lendo um conto ou uma crônica de um bom escritor. Ler boas revistas é também um exercício de iniciação muito bom. É preciso gostar de ler para poder gostar de estudar. Antes disso há uma outra questão, que é a motivação da leitura: só quem tem curiosidade, quem quer saber das coisas desenvolve o gosto por ler.

Contos infantis, histórias em quadrinhos tudo isso é fundamental como iniciação ao gostar de ler.

Se você não teve nenhuma iniciação, se em sua casa não havia livros e você tem 16 anos e nenhum gosto pela leitura, mas acha que vale a pena viver, que o mundo é algo interessante e que nossa passagem por ele pode ser mais rica que a de outros animais, procure descobrir qual é o assunto que mais lhe chama a atenção, que mais lhe interessa. Procure livros textos sobre esse assunto. Aconselhe-se com quem tem mais experiência que você a fim de descobrir textos que caiam bem para iniciantes naquele assunto. É assim que a gente começa."




(Trecho do texto
EDUCAÇÃO E MUNDO MODERNO, produzido em outubro de 2006 para o Projeto de Extensão Juventude Cidadã e publicado como apostila pelo projeto)

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* Aécio Cândido é Professor Adjunto do Departamento de Ciências Sociais do Campus Central da UERN, Bacharel em Agronomia (UFERSA-1978), Doutor em Sociologia (Université de Laval - 1996) e Mestre em Sociologia Rural (UFPB - 1991).


2 comentários:

  1. Oi, profª Rokátia. Gostei deste texto do prof. Aécio. Se nossa nação fosse um país de leitores, creio que seríamos outra nação. Acredito no poder da leitura de transformar as pessoas, uma sociedade, uma nação.

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  2. sou leitora compulsiva,até no banheiro busco os rótulos,rs rs .... lendo os blogs, encontrei esta postagem:
    Professor de escola pública poderá fazer curso superior e pagar com aulas









    Republico matéria da Agência Brasil, 03/03/2011

    Da Agência Brasil

    Cerca de 381 mil professores da educação básica – 16% dos que atuam em sala de aula – estão matriculados em cursos superiores, seja para conseguir o primeiro diploma ou complementar a formação. O Ministério da Educação (MEC) quer incrementar esse número e decidiu ampliar benefícios do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) para profissionais que já atuam na rede pública.

    Desde o ano passado, o programa permite a estudantes de cursos de licenciatura pagar o financiamento atuando em escolas da rede pública após a formatura. Cada mês trabalhado em regime de 20 horas semanais abate 1% da dívida – o que permite quitar o valor em oito anos e quatro meses sem custo financeiro.

    A partir de uma portaria publicada hoje (3) no Diário Oficial da União, a medida será estendida a professores que já atuam na rede pública e querem cursar alguma licenciatura. Para aqueles que já estão na carreira, o tempo em que estiver fazendo o novo curso e trabalhando em escola pública passa a contar para o abatimento da dívida.

    Levantamento feito pelo MEC em 2009 identificou que 600 mil professores que atuavam na educação básica não tinham a formação mínima adequada – ou não tinham diploma em nível superior ou eram formados em outra áreas que não as licenciaturas.

    O cruzamento feito entre os dados dos censos da Educação Básica e Superior, que identificou 381 mil professores em busca do diploma, mostra que a maioria – 192 mil – está matriculada em cursos de pedagogia. Em seguida aparecem as licenciaturas em letras (44 mil), matemática (19 mil), história (14 mil), biologia (14 mil) e geografia (10 mil). Do total, 67% estão em instituições privadas.

    De acordo com o ministro da Educação, Fernando Haddad, não é possível indicar se esses profissionais estão em busca de uma primeira ou de uma nova graduação. O MEC pretende depurar os dados para conhecer melhor esse público. “Mas os números nos surpreenderam positivamente. Nos dois casos [de o professor ter ou não nível superior], a busca pela formação é positiva”, disse.

    Há ainda docentes matriculados em cursos que não são diretamente relacionados à prática pedagógica como direito (8 mil), administração (5 mil) e engenharia (3 mil)

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